A passagem da Ocean Race por Cabo Verde em janeiro de 2023 está orçada em cerca de 766 mil euros, suportado pelo Banco Mundial e pelo Governo cabo-verdiano, avançou hoje fonte oficial, que espera até cinco mil visitantes.
“Do Banco Mundial para a operação logística custa cerca de 800 mil dólares (753,3 mil euros), que envolve a operação logística e todos os serviços conexos ou não. O Estado de Cabo Verde, através do Fundo do Turismo e do Fundo do Ambiente, entrou na parte de integração de Cabo Verde na Rota da Race Village no valor de 1,4 milhão de escudos (12,6 mil euros)”, avançou o coordenador do projeto Ocean Race Village, Ivan Santos, na apresentação do espaço que vai receber a maior regata à vela de volta ao mundo.
No dia em que se assinalam 30 dias para abertura da Ocean Race Village, os organizadores convidaram para uma visita ao local onde está a ser montada no espaço da Enapor, no Porto Grande, em São Vicente.
Além do valor monetário, a Enapor, empresa que gera os portos de Cabo Verde, vai realizar trabalhos de remoção dos contentores e disponibilização do espaço.
Mesmo com um grande perímetro que a realização da prova ocupa, o coordenador disse que não irão interferir com o funcionamento dos portos, assim como estará livre a realização do evento, nesta que é primeira passagem da prova por um país da África Ocidental.
“Não vai alterar o funcionamento da Enapor porque não estamos a ocupar toda a área, apesar de terem nos cedido metade da área de contentores e metade da área do cais 3 onde as embarcações irão ficar atracadas. Iremos conviver normalmente porque a área operacional estará a funcionar como de costume e do evento também até porque a entrada do público será na ala norte”, explicou Ivan Santos.
A um mês da prova, a organização já ultima os preparativos, que envolvem um conjunto de atividades na ilha e espera entre três e cinco mil visitantes.
“Já estamos a marcar um mês de abertura da nossa Ocean Live Park, no cais da Enapor, a montagem está a decorrer a um bom ritmo, já temos praticamente todo o esqueleto e todo grosso da montagem pronto. Falta a segunda fase que terá início em princípio de janeiro com a questão da montagem dos pontões onde as embarcações ficarão atracadas”, projetou o mesmo responsável.
Segundo a organização, já estão confirmadas 10 embarcações, e a abertura oficial do parque que irá acolher o evento está marcado para o dia 20, enquanto os barcos estão previstos chegarem entre 21 e 22 de janeiro à ilha de São Vicente.
“Iremos depender muito das condições meteorológicas e irão chegar a partir de 21 de janeiro e ficarão até o dia 25. Durante os dias teremos diversas atrações no Village, desde atrações culturais, visita de todas as escolas de São Vicente, liceus e universidades”, enumerou o coordenador, que acrescenta que a organização está a ver a possibilidade de envolver escolas da ilha vizinha de Santo Antão.
Este evento, ligado aos mares, envolve ainda a questão ambiental e de proteção dos oceanos, banindo o uso do plástico durante os cinco dias no local, além da questão de gestão do lixo e a montagem do evento para que seja sustentável para o ambiente e económica, avisou.
“A entrada no Village é gratuita, teremos eco-copos, reutilizáveis, comprados e com possibilidade de o visitante devolver o copo à saída, caso preferir, com o reembolso do valor. É uma ideia para criar um sistema circular, económico e sustentável e queremos deixar um legado depois do evento ter terminado”, sublinhou Ivan Santos.
A organização garante que Cabo Verde já está preparado para receber esta prova que se realiza desde 1973, tendo em 2019 sido renomeada para The Ocean Race.
Com partida prevista para 15 de janeiro de 2023 de Alicante, Espanha, essa primeira etapa, de 1.900 milhas náuticas (3.520 quilómetros) termina na Baía do Mindelo, e a segunda, com destino à Cidade do Cabo, África do Sul, deverá iniciar-se em 25 de janeiro, depois da paragem de cinco dias em São Vicente.
A competição - que chegou a estar planeada para o período de 2021/2022, mas foi adiada para 2023 devido à pandemia de covid-19 - deverá percorrer ao longo dos seis meses de competição de volta ao mundo, por cerca de 32.000 milhas náuticas (59.296 quilómetros), em categorias separadas, até terminar no verão em Génova, Itália, quando se comemoram os 50 anos desta prova, segundo a organização.
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