A velejadora Carolina João assumiu hoje a “felicidade” por cumprir o “sonho olímpico”, após garantir para Portugal uma vaga na classe Laser Radial, em prova de qualificação a decorrer em Vilamoura.
“Desde pequenina que sempre tive o objetivo de ir aos Jogos Olímpicos e nesta última campanha vi que era possível e trabalhei para isso junto com o meu treinador. Hoje acho que conseguimos”, congratulou-se.
Carolina e uma rival de Israel conseguiram as duas vagas em aberto na Europa e que eram disputadas por oito nações, incluindo a Eslovénia, Roménia, Letónia, República Checa, Ucrânia e Bulgária.
“Estou feliz. O dia ainda não acabou, pois há os [eventuais] protestos, ficarei mais descansada quando o dia estiver 100% terminado. Estou bastante contente, pois em princípio o país está qualificado”, acrescentou.
A amadorense de 24 anos acredita que vai ser a escolhida para representar Portugal em Tóquio2020, não apenas por ter sido quem conseguiu a vaga.
“Há outras raparigas a andar, mas fiz sempre classificações melhores. Fui eu a qualificar o país, um bom indício para mim. Estou no projeto olímpico há dois anos e se estou é porque estava muito perto de qualificar e hoje consegui”, sublinhou.
A velejadora do Sport Algés e Dafundo recordou o seu “muito trabalho, esforço e dedicação” à vela e entende ser prematuro estabelecer objetivos para Tóquio2020, onde integrará o lote de 44 participantes.
“Isso vai ter de ser discutido com o treinador e federação. Depende do trabalho a realizar depois deste campeonato. Darei o meu melhor para fazer o melhor resultado possível”, garantiu.
Carolina João entende ser uma atleta bem constituída e bem preparada fisicamente para o Laser Radial, assumindo que o seu “lado psicológico” em competição “ainda pode ser bastante trabalhado”.
O seu treinador, Alpes Costa, destacou o “trabalho árduo nos últimos meses” para qualificar Portugal, assumindo que foi um objetivo “difícil” de concretizar.
“Principalmente no último dia de qualificação, com muita pressão, num campo de regatas um pouco difícil. Foi um dia complicado, exaustivo psicologicamente”, reconheceu.
Elogiou a sua pupila “muito esforçada”, lembrando que esta “abdicou de muitas coisas pelos treinos” e que nos últimos meses “viveu só para a vela”.
O treinador acredita que será a sua atleta a representar Portugal no Japão, mas escusa-se a definir já objetivos, preferindo focar-se no que ainda resta de competição em Vilamoura, com três dias para melhorar o 43.º posto da geral entre as 45 finalistas decididas hoje.
“[Os objetivos para Tóquio2020] Ainda vão ser delineados. Estamos numa primeira fase, foi qualificar, ainda faltam três dias neste campeonato, queremos melhorar a classificação e aprender com os erros dos primeiros dias e com decisões menos boas e depois traçar, com calma, os objetivos”, concluiu.
A vela já assegurou um quinteto para Tóquio2020, depois do 49er, em quota garantida por Jorge Lima e José Costa no campeonato do mundo classes olímpicas em Aarhus, Dinamarca, e do 470, conseguido por Diogo Costa e Pedro Costa no Campeonato do mundo 470, em Vilamoura.
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