A seleção portuguesa de voleibol estreia-se este fim de semana na Liga Mundial2014 frente à Republica Checa, na Póvoa de Varzim, sem Hugo Gaspar e André Lopes, ausências já esperadas pelo selecionador Hugo Silva.
"As mudanças estavam predefinidas tendo em conta algumas questões que alguns jogadores levantaram relativamente aos trabalhos da seleção. O Hugo Gaspar, por motivos profissionais e porque, infelizmente, o nosso Governo não nos ajuda, facilitando que os atletas possam sair do seu emprego para representar o país, e o André Lopes por problemas familiares e pessoais", refere Hugo SIlva.
O selecionador recorda que já no primeiro contato que teve com ambos ficou tudo esclarecido relativamente à sua presença no apuramento para o Europeu2015 e a sua ausência na Liga Mundial, que seria a competição em que Portugal faria tudo o que tem a fazer em termos de renovação.
“É isso o que vai acontecer. Vamos ter mais um ou outro jovem, para além do Miguel Rodrigues, que provou ser uma solução muito válida e que foi uma mais-valia para nós na fase de qualificação para o Europeu. O João Oliveira terá uma grande oportunidade para agarrar e estou convencido que a Liga Mundial constituirá um momento muito importante para ele, pois vai certamente crescer e dar o salto que precisa”, acrescenta.
Estas alterações, no entanto, não influenciarão os objetivos da 11.ª participação de Portugal na Liga Mundial, que este ano celebra as bodas de prata das 25 edições, como refere o selecionador nacional.
"A mentalidade tem de ser sempre ganhar e tem de estar sempre presente nas ideias e na forma de trabalhar da equipa técnica e dos jogadores. Estamos a falar de Portugal, uma seleção que tem um prestígio e um nome a defender, e nós vamos fazer tudo para honrar o nosso país", justifica Hugo Silva.
Mas o selecionador aponta as dificuldades que se colocarão no caminho da seleção portuguesa, nomeadamente frente à República Checa, que no último domingo se qualificou diretamente para a fase final do Europeu2015 (Bulgária/Itália) ao vencer a Grupo D de apuramento.
"Vamos disputar a competição com jogadores que nem sequer jogam nos seus clubes. Uma situação que eu não percebo. Não percebo como é que há três ou quatro jogadores que temos a jogar na equipa-base e que não jogam no nosso campeonato... O certo é que são jogadores que têm valor e nós vamos querer aproveitá-los, mas também estamos conscientes de que isso é um processo que demora o seu tempo", refere.
A República Checa, que é o primeiro adversário da seleção portuguesa, vai apresentar-se na Póvoa de Varzim altamente motivada com o apuramento direto para o Campeonato da Europa de 2015.
“Dificuldades, como é óbvio, pois é uma seleção que se apurou em primeiro na sua poule, só com uma derrota. Pelos jogos que tivemos oportunidade de ver, é uma equipa de excelente nível e que certamente vai querer ir o mais longe possível na Liga Mundial. Juntamente com a Holanda, penso que será a equipa mais difícil do nosso grupo", adianta Hugo Silva.
O selecionador destaca as ações de serviço da seleção checa, que tem "quatro jogadores que servem em suspensão muito forte e muito pesado".
"E foi nesse aspeto precisamente que tivemos dificuldades nos jogos com a Finlândia, sobretudo no jogo que disputámos em Vila do Conde, em que cometemos alguns erros, mas onde a maior parte do mérito se ficou a dever à equipa finlandesa, que tem um serviço fortíssimo", explica Hugo Silva.
Os checos apresentam um serviço semelhante, mas o selecionador nacional acredita que com o trabalho que tem desenvolvido a seleção pode superar essas dificuldades e atenuar um pouco aquele que considera ser um dos pontos mais fortes da República Checa.
"Obviamente, tem outras armas, pois sendo uma equipa alta, tem um alcance muito alto no ataque, mas teremos de travá-los logo no bloco”, acrescenta Hugo Silva.