Uma vice-presidente iraniana criticou hoje os grupos radicais hostis à presença de mulheres nos estádios, tal como sucedeu na sexta-feira no jogo de voleibol entre as seleções do Irão e dos Estados Unidos.

Shahindokht Molaverdi, responsável pelos assuntos das mulheres e da família, tinha afirmado na semana passada que um número limitado de mulheres poderia assistir ao jogo da Liga Mundial de voleibol entre o Irão e os Estados Unidos (0-3), em Teerão, mas a decisão acabou por ser revogada.

Na sexta-feira, os serviços de segurança do Ministério do Desporto impediram a entrada das mulheres, alegando que as acreditações não foram validadas pelos serviços de segurança do recinto.

Nas redes sociais foram colocadas algumas imagens de mulheres dentro do recinto, mas segundo a agência de notícias Fars, seriam elementos das embaixadas da Rússia, da Itália e da Hungria.

“Nós respeitamos as opiniões dos líderes religiosos (…) e as preocupações de uma parte da sociedade, mas também tentamos responder aos anseios legítimos de uma outar parte dessa mesma sociedade”, escreveu Shahindokht Molaverdi na sua página no Facebook.

A presença de mulheres em desportos masculinos é uma questão muito sensível na sociedade iraniana e que tem motivado várias discussões entre conservadores e reformadores.

O acesso a estádios está interdito a mulheres desde a revolução islâmica em 1979, oficialmente para as proteger dos adeptos masculinos, mas o presidente Hassan Rohani mostrou intenção de atenuar a restrição em modalidades como o voleibol ou o basquetebol.