O oposto Valdir Sequeira disse hoje que o regresso da seleção portuguesa de voleibol a uma prova como a Liga das Nações, sucessora da Liga Mundial, é uma “grande responsabilidade” e um “desafio enorme”.

O jogador de 37 anos, que conta 276 chamadas e é o mais internacional dos jogadores lusos presentes em Mendoza, na Argentina, para o arranque, considerou a prova de “nível elevado”, o que “obriga a muita concentração”.

A seleção portuguesa inicia sexta-feira a sua participação no Grupo 2 frente à anfitriã Argentina, para, no dia seguinte, defrontar o Canadá e no domingo encerrar frente à Bulgária.

“O grupo é novo e ainda está um bocado cru. Olhando para o nível dos adversários, temos de estar muito unidos e ‘cobrar’, mas sem acusar o ‘stress’, porque de outra forma não vamos conseguir nada nesta prova”, disse Valdir Sequeira à agência Lusa.

Valdir, que já representou Sporting, Benfica, Fonte Bastardo e Sporting de Espinho e alinhou nos campeonatos italiano, alemão, austríaco, eslovaco e israelita, lembra a diferença de experiência entre a seleção lusa e as restantes.

“Todas as seleções que aqui estão [na Liga das Nações] têm um voleibol de elevada qualidade, porque a maioria dos seus jogadores compete nos principais campeonatos e nós temos poucos a atuar no estrangeiro”, considerou.

Apesar das dificuldades, Valdir acredita que é possível fugir ao último lugar entre as quatro seleções ‘desafiadoras’, de um lote total de 16 participantes, e conseguir a manutenção.

“Não nos podemos esquecer que só quatro seleções podem descer [à European Golden League]. E Portugal terá como adversários diretos o Canada, a Austrália e a Bulgária. São verdadeiros ‘tubarões’. Não é impossível, mas vai ser difícil”, frisou.

Duas dessas seleções [Canadá e Bulgária] são adversárias no primeiro torneio (Grupo 2), que decorre de sexta-feira a domingo.

“É bom começar com equipas que jogam voleibol a sério para podermos ter uma ideia do que vamos apanhar pela frente”, defendeu Valdir Sequeira.

Na preparação, Portugal perdeu duas vezes com a Argentina, ambas por 3-0: “Ficámos com uma perspetiva média/baixa do seu nível, porque eles também não expuseram a plenitude do seu jogo. Mas, mesmo assim, colocaram-nos muitas dificuldades”.

Valdir tem a certeza de que a seleção lusa, na sua caminhada na Liga das Nações, em que irá disputar cinco torneios e medir forças com 15 seleções, vai defrontar adversários do mesmo género da Argentina, mas mais altos e fortes.

“Como dizia um bom treinador, se a bola não passar por cima do bloco, passa pelo lado”, desdramatizou Valdir Sequeira, numa referência ao antigo selecionador luso-cubano Juan Diaz (2001/04 e 2007/11), tido como um dos melhores do mundo do século XX.

Se Valdir é o mais internacional luso entre os presentes em Mendoza, o jovem Nuno Teixeira, de 20 anos, e apenas três de voleibol, é o mais inexperiente, com apenas quatro jogos, sendo, porém, o mais alto, com 2,12 metros.

“É um privilégio fazer parte deste grupo, trabalhar com eles e aproveitar este momento”, disse Nuno Teixeira, que tem sobre os seus ombros a ingrata missão de fazer esquecer o antigo ‘capitão’ João José, agora adjunto do selecionador Hugo Silva.

Nuno Teixeira, que também aponta à permanência na Liga das Nações, traçou como objetivo “tentar ganhar jogo a jogo” e “desfrutar ao máximo da competição”, que “apresenta um nível muito elevado”.

“Vou aproveitar a experiência para evoluir e amadurecer como jogador”, finalizou.