O piloto italiano Francesco Bagnaia (Ducati) disse hoje que o português Miguel Oliveira (Aprilia) “é um grande rival” no Mundial de MotoGP, que arranca este fim de semana, com o Grande Prémio de Portugal, em Portimão.
Numa entrevista a propósito da sua nomeação para receber o prémio Laureus de Retorno do Ano, em virtude de em 2022 ter recuperado de uma desvantagem de 91 pontos para se sagrar campeão mundial, Bagnaia sublinhou que Miguel Oliveira “é um dos maiores pilotos da grelha”, sempre em “luta por vitórias e pódios”.
“É um grande rival. Lutei com ele em 2018 pelo título de Moto2 [que o italiano conquistou, deixando o português em segundo], foi uma luta difícil e foi difícil de bater. Tem uma pilotagem suave e precisa. Com a Aprilia será um dos mais fortes este ano. Começamos em Portugal, a sua corrida caseira, pelo que acredito que será muito competitivo. Vamos ver”, disse.
Numa entrevista coletiva em que a agência Lusa participou, Bagnaia revelou que “desde criança sonhava ser campeão do mundo”.
O piloto italiano mostrou-se, ainda, “muito orgulhoso” com a nomeação para os prémios Laureus, que compartilha com o dinamarquês Christian Eriksen (futebolista, que regressou à Premier League após uma paragem cardíaca durante a Euro2020), o norueguês Jakob Ingebrigtsen, atleta que recuperou da derrota nos 1.500 metros para conquistar o título mundial dos 5.000 metros, o norte-americano Klay Thompson, basquetebolista dos Golden State Warriors que se sagrou campeão da NBA após 30 meses ausente devido a lesões, a neerlandesa Annemiek van Vleuten, ciclista que superou uma doença para vencer o Tour de France Femme, e com o norte-americano Tiger Woods, golfista que voltou ao Masters após um acidente de carro que ameaçou a sua carreira.
“Sinto que estamos a fazer um bom trabalho. Mas, ver o meu nome ao lado dos outros nomeados, é uma grande emoção. Sigo o Klay Thompson há muito tempo. É incrível estar nomeado entre estes nomes. Significa que estamos a fazer um bom trabalho. Temos de continuar assim. A recuperação do ano passado foi incrível”, frisou Bagnaia.
O piloto transalpino, que já tinha sido campeão de Moto2 em 2018 diz que o Laureus é “o prémio mais importante do desporto” mas que esta nomeação é “consequência por ter ganho o campeonato de 2022”.
“É um orgulho enorme. É como um ator ganhar um Óscar. Fiquei sem palavras quando soube [da nomeação]”, confessou.
O piloto da Ducati explicou que foi apenas no GP de Inglaterra, em Silverstone - num fim de semana em que se debateu com problemas na mota, mas em que acabaria por vencer a corrida - que começou a acreditar que era possível chegar ao título.
“Foi um fim de semana difícil para nós. Lutámos com a mota durante todo o fim de semana mas, na corrida, ganhámos. Foi importante para o campeonato. Reconheci que dando o meu máximo, mesmo que a mota não estivesse no melhor, era possível vencer. Foi nessa altura que percebi que era possível recuperar”, revelou.
Confessando-se “grande fã” da Fórmula 1, que tem batido recorde de audiências, defendeu que o campeonato de MotoGP deve “continuar a evoluir”, pois pode “proporcionar mais espetáculo”.
“O espetáculo que podemos proporcionar aos fãs é maior que o da F1, podemos proporcionar grandes batalhas. A Dorna [promotora do campeonato] está a fazer um bom trabalho mas temos de dar mais um passo em frente”, defendeu.
Recusando a ideia de ser favorito, mas admitindo que se sente “bem” depois dos testes de inverno, Francesco Bagnaia desvalorizou as críticas que lhe fazem e os que apontam a mota como o segredo da vitória.
“Sinto que é normal não podermos agradar a todos. Quando o Valentino [Rossi] ganhava, diziam que era pela mota. Quando o Marc [Márquez] ganhava, era pela mota. Há sempre 10% de pessoas que falam sempre mal de nós. Quando vemos os comentários ou ouvimos podcasts, sentimo-nos mal mas decidi que o mais importante é vencer. O que fica na história é o campeonato que ganhei e não as palavras das pessoas”, sublinhou.
Quanto a favoritos na luta pelo título de 2023, foi taxativo: “Eu próprio, o Marc Márquez [Honda], o Fábio Quartararo [Yamaha] e o Enea Bastianini [Ducati]”.
A MotoGP é a categoria rainha do Mundial de Velocidade em motociclismo, cujo campeonato arranca este fim de semana, em Portugal.
As categorias de Moto2 e Moto3 são as outras que estão em disputa.
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