O ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse hoje que foi ponderada a hipótese de cancelar o rali Dakar2022 na Arábia Saudita depois da explosão que atingiu um veículo, possivelmente relacionada com um “ataque terrorista”.
“Achámos que talvez valesse a pena desistir do evento desportivo (...). Os organizadores decidiram continuar”, declarou Jean-Yves Le Drian à BFMTV e na rádio RMC.
"Nestes casos, é preciso ter muito cuidado, pelo menos colocar em prática dispositivos de proteção suficientes e reforçados. Acho que eles [organizadores] fizeram isso, mas em qualquer caso a questão permanece sem resposta", disse.
O chefe da diplomacia francesa alertou que “pode ter havido um ataque terrorista contra o Dakar”, pedindo às autoridades sauditas que “sejam o mais transparentes possível”.
A explosão que atingiu o carro em 30 de dezembro em Jeddah, a segunda maior cidade da Arábia Saudita, feriu gravemente o motorista, o francês Philippe Boutron.
As autoridades sauditas descartaram no sábado um ato criminoso para explicar o que chamaram de "acidente".
No entanto, desde o início que "a hipótese de ato criminoso" "não foi descartada" e que "a ameaça terrorista persiste na Arábia Saudita".
“Dissemos aos organizadores e às autoridades sauditas que tínhamos de ser muito transparentes sobre o que acabava de acontecer, porque havia hipótese de que poderia ser um ato terrorista”, observou Jean-Yves Le Drian.
“Já houve atos terroristas na Arábia Saudita contra os interesses franceses”, observou.
Em outubro de 2020, um ataque com faca feriu um guarda do consulado francês em Jeddah. Duas semanas depois, um atentado na mesma cidade teve como alvo uma cerimónia para assinalar o aniversário do armistício de 11 de novembro de 1918, na presença de diplomatas ocidentais, especialmente franceses, causando dois feridos.
O Rali Dakar começou no dia 31 de dezembro.
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