As categorias reservadas aos veículos ligeiros são as que reúnem mais equipas portuguesas na 47.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, que decorre entre sexta-feira e 17 de janeiro, na Arábia Saudita.
Ao todo, são nove as equipas lusas divididas por estas duas categorias, as antigas T3 e T4, com sete nos Challenge e duas nos SSV, incluindo alguns dos nomes mais promissores do todo-o-terreno nacional.
É na categoria Challenger que reside o maior contingente luso, com sete equipas.
Gonçalo Guerreiro (Taurus), de 24 anos, faz a sua estreia na competição, sendo uma das maiores promessas do todo-o-terreno nacional. Recrutado pela Red Bull Júnior Team, que já deu a conhecer outros nomes sonantes do Dakar, como Seth Quintero, Guerreiro parte com a ambição de acumular experiência na prova “e um dia vir a ganhá-la”, frisou.
Também estreante é Pedro Gonçalves (X-Raid), engenheiro de software, de 47 anos, que se tornou empresário na área das novas tecnologias e sempre gostou de desportos de adrenalina, chegando ao todo-o-terreno há dois anos. Para esta aventura, recrutou o conterrâneo Hugo Magalhães para co-piloto, um navegador profissional de ralis há 18 anos, contando com presenças nos campeonatos mundial e europeu da modalidade, depois de ter começado como futebolista profissional.
Campeão nacional de SSV em 2022, começou a correr com 17 anos. Só em 2024 subiu dos SSV para a categoria Challenger, conseguindo um pódio logo na primeira corrida que disputou no deserto, no Rali de Marrocos, em outubro.
Mais experiente é Luís Portela de Morais (GRally), que já experimentou o Dakar em 2017, de mota (desistiu) e de SSV, em 2022 (sétimo da categoria), e que divide a paixão do todo-o-terreno com o râguebi, modalidade em que já foi internacional e campeão nacional. Contudo, a queda no Dakar de 2017 custou-lhe um pé partido e o fim da carreira nos campos.
David Megre, amigo de longa data, é o navegador, também ele jogador de râguebi e apaixonado pelas motas, tendo participado já por duas vezes nas duas rodas, em 2017 e 2019. Nesse ano, desistiu devido a queda a apenas 20 quilómetros do final da prova.
Vão estrear o novo modelo da GRally, o Geeko.
Rui Carneiro (GRally), de 34 anos, regressa depois da estreia em 2021 (26.º lugar nos SSV), sendo também ele um apaixonado pelas motas, que sonhava participar de duas rodas: “Mas isso nunca irá acontecer. A minha família matava-me”.
Ao seu lado terá o experiente navegador norueguês Ola Floene, que já navegou para pilotos como Mads Ostberg ou Henning Solberg no Mundial de Ralis.
“O Rui é um verdadeiro talento”, garante.
Ricardo Porém (MMP) entra pela sexta vez no Dakar. Antigo campeão nacional de todo-o-terreno, terá ao seu lado o estreante Nuno Sousa como navegador, seu amigo de infância.
Esta categoria marca, também, o regresso de uma piloto portuguesa ao Dakar, 15 anos depois de Elisabete Jacinto ter participado pela última vez, com Maria Luís Gameiro, navegada por José Marques.
Mário Franco/Rui Franco (X-Raid) participam pelo terceiro ano, tendo terminado na 25.ª posição desta categoria em 2024.
Na classe SSV estão mais duas equipas lusas.
Alexandre Pinto (BRP) é outra das promessas portuguesas e, aos 25 anos, faz a sua estreia no Dakar, mas em outubro foi o melhor estreante no Rali de Marrocos, terminando no segundo lugar desta categoria de SSV.
“Não tenho muita experiência para poder ser muito ambicioso”, sublinhou.
O navegador é Bernardo Oliveira, de 20 anos, estudante de Economia, que teve de deixar os exames de lado para participar pela primeira vez no Dakar, apesar de já ter participado no África Eco Race em 2024, que venceu.
Aos 22 anos, João Dias (BRP) estreia-se como piloto no Dakar apesar de já ter participado em 2023, mas como mecânico no camião de assistência da X-Raid. Piloto habituado aos SSV, soma já dois pódios na Jordânia e no Qatar, duas provas do Campeonato do Mundo de todo-o-terreno.
Terá como navegador Gonçalo Reis, 11 vezes campeão nacional de enduro, que foi 20.º classificado na prova das motas em 2017.
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