O Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) decidiu manter os resultados do Grande Prémio de Abu Dhabi de Fórmula 1 de 2021, que resultou na conquista do título pelo holandês Max Verstappen (Red Bull).
Em comunicado divulgado hoje, aquele órgão da FIA revelou as conclusões do relatório instaurado após o polémico final do Mundial de 2021, que apontam para “erro humano” do então diretor de corrida, o australiano Michael Masi, que, contudo, “agiu de boa fé” de forma a permitir que a corrida terminasse “com bandeira verde”, de acordo com o que é a vontade das equipas e pilotos.
Verstappen conquistou o seu primeiro título mundial, ao vencer a derradeira etapa da temporada de 2021, em Abu Dhabi, onde ultrapassou o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) na volta final, na sequência da decisão do australiano Michael Masi antecipar o reinício da corrida após a entrada do ‘safety car’.
O australiano foi afastado do cargo de diretor das corridas de Fórmula 1 no mês passado, sendo substituído pelo português Eduardo Freitas e pelo alemão Niels Wittich, que vão desempenhar funções de forma alternada.
Verstappen e Hamilton chegaram à 22.ª prova de 2021 empatados, com 369,5 pontos, com vantagem para o piloto da Red Bull no confronto direto, tendo, na última volta da prova de Abu Dhabi assegurado o triunfo - somado 395,5, mais oito do que o rival da Mercedes.
O despiste do canadiano Nicholas Latiffi (Williams) levou à entrada do ‘safety car’ para a retirada do carro da pista. A Red Bull arriscou em montar pneus macios para as últimas voltas de Verstappen, enquanto Hamilton permaneceu em pista e na liderança.
Na última volta, Masi decidiu juntar os dois concorrentes ao título e ordenar a saída do ‘safety car’, tendo Verstappen atacado Hamilton, logo na curva cinco, conseguindo uma ultrapassagem que valeu o campeonato.
Verstappen pôs termo ao domínio de Hamilton, sete vezes campeão do mundo e vencedor dos quatro anteriores títulos (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020).
Agora, o relatório da FIA concluiu que o diretor de corrida mandou sair o ‘safety car’ da pista sem ter cumprido uma volta extra, “como manda o regulamento desportivo (artigo 48.12)”.
Também foi considerado que as decisões relativas ao ‘safety car’ foram tomadas tendo em consideração “conversas anteriores em que ficou claro que os intervenientes (FIA, Fórmula 1, equipas e pilotos) preferiam acabar as provas com bandeira verde e não atrás do ‘safety car’, sempre que isso fosse seguro”.
No mesmo documento, citado pelo comunicado da FIA, os relatores consideram que, “além do objetivo de terminar a corrida com bandeira verde, tal como em toda a época de 2021, o diretor de corrida estava a agir de boa-fé e a fazer o melhor que podia dadas as circunstâncias difíceis, sobretudo os constrangimentos de tempo para tomar uma decisão e a intensa pressão das equipas”.
Por essa razão, os resultados da corrida de Abu Dhabi “são válidos, finais, e não podem ser alterados”.
Torna-se, assim, definitivo o primeiro título mundial de Max Verstappen.
Na mesma reunião do Conselho Mundial, foi ratificado o calendário do campeonato do mundo de Fórmula 1 com 23 corridas, mas sem a Rússia, pelo que deverá vir a ser anunciada uma corrida alternativa para o mês de setembro.
O comunicado mantém, ainda, a ronda portuguesa do Mundial de ralicrosse prevista para Montalegre, a 17 e 18 de setembro, pendente da homologação do traçado, assim como a etapa da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTC) em Vila Real, entre 01 e 03 de julho.
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