O Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1 realizou-se este fim de semana e contou, mais uma vez, com a vitória do campeão do mundo, Max Verstappen, que conquistou a pole position, a vitória na sprint e na corrida principal de domingo. Contudo, este GP ficou também marcado pela detenção de dez criminosos brasileiros que tentaram entrar no Autódromo José Carlos Pace entre sexta e sábado.

Embora não seja novidade que se utilize eventos desportivos para prender criminosos, a detenção em Interlagos foi uma novidade por ter contado com a colaboração da Interpol, com a polícia local e a organização da corrida.

A Polícia Civil de São Paulo cruzou a base de dados do seu programa de inteligência artificial, chamado de ‘Muralha Paulista’, com os elementos fornecidos durante a compra de bilhetes para o Grande Prémio para identificar os criminosos que já tinham sido condenados a crimes desde roubo à pedofilia.

O sistema conseguiu, em tempo real, detetar o cadastro das cerca de 267 mil pessoas que assistiram ao Grande Prémio no autódromo nos arredores de São Paulo.

Este sistema de inteligência artificial da Polícia Civil de São Paulo já tinha permitido realizar 28 detenções durante quatro jogos do Palmeiras, num formato no ‘Muralha Paulista’ ainda mais avançado. O Estádio Allianz Parque instalou um sistema de detenção facial para garantir que os bilhetes são utilizados pelos seus compradores. Para além dos detidos foi também possível identificar 42 pessoas que não cumpriam as ordens judiciais e 253 que eram dadas como desaparecidas.

Os sistemas de biometria facial não são recentes no meio desportivo, sendo que, a sua estreia teve lugar nos Estados Unidos, na Super Bowl realizada em Tampa, Flórida, em 2001, em que foi possível detetar 19 criminosas, mesmo que, nenhum deles tenha sido detido. Na altura, as alegações de racismo pelo sistema ter imprecisões na detenção de faces negras e as acusações de violação de privacidade levaram a que o projeto tenha sido suspenso.

No Brasil, Max Verstappen (Red Bull) alargou o recorde de vitórias numa mesma temporada de Fórmula 1 para 17. Verstappen, que saiu da ‘pole position’, gastou 1:56.48,894 horas para cumprir as 71 voltas ao circuito de Interlagos, deixando na segunda posição o britânico Lando Norris (McLaren), com o espanhol Fernando Alonso (Aston Martin) em terceiro.

A luta pelo degrau mais baixo do pódio foi mesmo das mais emocionantes da prova brasileira, a 20.ª da temporada, com o mexicano Sergio Pérez (Red Bull) a ultrapassar Alonso na penúltima volta.

O asturiano devolveu a manobra na última volta da corrida, com os dois a chegarem lado a lado à linha de meta, com o espanhol da Aston Martin a levar a melhor por apenas 0,053 segundos.