
Numa entrevista publicada no jornal alemão Bild, Friedrich Merz afirmou que, se o Kremlin não responder, "haverá um agravamento maciço das sanções e a ajuda maciça à Ucrânia continuará. No plano político, claro, mas também no plano financeiro e militar".
Além de Merz, que realiza a primeira visita ao país desde que tomou posse esta semana, chegaram a Kiev os primeiros-ministros britânico, Kier Starmer, polaco, Donald Tusk, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, para uma reunião com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a qual vão debater possíveis garantias de segurança para a Ucrânia e apoiar um cessar-fogo de 30 dias.
Os líderes europeus, juntamente com o Presidente ucraniano, deslocaram-se à Praça Maidan, no centro de Kiev, onde colocaram velas e observaram um minuto de silêncio junto ao memorial aos soldados mortos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Estes líderes europeus, que chegaram de comboio à capital ucraniana, enviaram uma declaração conjunta ao Kremlin a pedir que declare um cessar-fogo de 30 dias exigida pelos ucranianos, que é apoiado pelos países aliados da Europa e pelos Estados Unidos.
"Uma paz justa e duradoura começa com um cessar-fogo completo e incondicional", declarou Macron na rede social X, na chegada à capital ucraniana.
"Esta é a proposta que formulámos em conjunto com os Estados Unidos", acrescentou Macron, lembrando que a Ucrânia aceitou depor as armas durante um mês em 11 de março e acusou a Rússia de impor condições para "ganhar tempo" e continuar a guerra.
Macron acrescentou que "se Moscovo persistir com o bloqueio", a pressão europeia sobre a Rússia aumentará "em estreita coordenação com os Estados Unidos".
"Acolhemos com satisfação o apelo [do Presidente norte-americano, Donald] Trump para tomar esta medida", acrescentou Macron.
O Presidente francês acrescentou que qualquer acordo de paz deve incluir garantias de segurança para a Ucrânia.
"Trabalhámos nisso em reuniões em Paris, Londres e hoje em Kiev. Estamos a avançar juntos", disse Macron.
França, Reino Unido, Alemanha e Polónia fazem parte da chamada "Coligação dos Dispostos", composta por países que trabalham na possível criação de um contingente militar de manutenção da paz a ser destacado para a Ucrânia no final desta guerra para impedir a Rússia de lançar uma nova invasão no futuro.
Em Kiev, os líderes europeus participam ainda numa reunião virtual com os demais membros da "Coligação dos Dispostos", liderada por Londres e Paris, para discutir "garantias de segurança" para a Ucrânia no caso da cessação das hostilidades.
Vão informar os outros participantes deste grupo sobre "os progressos realizados no sentido de uma futura coligação que reúna forças aéreas, terrestres e marítimas" para ajudar o exército ucraniano "após um possível acordo de paz" com a Rússia.
CSR // EJ
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