"Esta decisão é sustentada pelo agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, não obstante as perspetivas da sua manutenção em um dígito no médio prazo", lê-se no comunicado do Banco do Moçambique.

Em agosto, refere o documento, a inflação anual baixou para 4,9%, depois dos 5,7% em julho, redução explicada, principalmente, pela queda dos preços de bens alimentares, favorecida pelo prolongamento da época fresca, num contexto de estabilidade do metical.

"A inflação subjacente registou um aumento, a traduzir, fundamentalmente, o incremento dos preços nas classes de restauração e de vestuário e calçado", lê-se no comunicado.

O banco central reconheceu que os "riscos e incertezas" subjacentes às projeções de inflação se agravaram.

"A nível interno, prevê-se a prevalência da pressão sobre a despesa pública e das incertezas quanto à evolução e aos efeitos de eventos climáticos extremos. Na envolvente externa, destacam-se as incertezas quanto à magnitude do impacto do prolongamento e escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a tendência recente para aumento dos preços dos combustíveis", observou o banco central moçambicano.

O regulador indicou, ainda, que o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 321,1 mil milhões de meticais (4.717 milhões de euros), o que representa um aumento de 46 mil milhões (675 milhões de euros) comparado com dezembro de 2022.

"O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, e não hesitará em tomar as medidas corretivas necessárias", conclui o CPMO, que se reúne novamente em 22 de novembro.

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