A principal instituição de desenvolvimento do Brasil informou em comunicado que o resultado "deduziu os efeitos de natureza extraordinária que não se repetirão nos anos seguintes", numa referência aos dividendos obtidos da companhia petrolífera estatal Petrobras (17,2 mil milhões de reais ou 3,08 mil milhões de euros), os títulos devidos pela companhia telefónica Oi e a alienação de ações da companhia de carnes JBS e da companhia de eletricidade Eletrobras.

Na mesma nota, o BNDES indicou que em 2022 se manteve a tendência de redução de ativos, intensificada durante o governo do ex-Presidente Jair Bolsonaro, que criticou durante todo o seu mandato os empréstimos concedidos a outros países.

Empréstimos a países como Cuba e Venezuela sob governos anteriores e pagamentos em atraso foram usados por Bolsonaro para atacar os seus predecessores.

Sob a tutela do atual Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e com a presidência do ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante, um dos políticos mais próximos do governante, o BNDES já deu sinais de reativar os empréstimos a outros países.

Na semana passada, o diretor de Planeamento Estratégico, Saneamento, Transporte e Logística e Energia do BNDES, Nelson Barbosa, disse que a instituição vai emitir títulos isentos de impostos para duplicar a capacidade de empréstimo para quase 40 mil milhões de dólares (37,6 mil milhões de euros).

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