"A formação profissional tem de ser montada em parceria perfeita com o setor privado, que a economia não é o Estado e nem os funcionários públicos, quem faz a economia são as pessoas, o setor privado e as empresas", considerou o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, no encerramento de um fórum sobre a formação técnica e profissional em Cabo Verde, que decorreu nos últimos dois dias.
"O setor privado tem de estar presente na concessão, presente na implementação, presente na avaliação e presente na redefinição, que o propósito final sirva a empregabilidade, sirva os jovens e permita Cabo Verde avançar", insistiu o também ministro das Finanças e do Fomento Empresarial.
Considerando que Cabo Verde tem "oportunidades extraordinárias", Olavo Correia disse que o país pode aproveitar as "tempestades perfeitas" provocadas pelas crises para se tornar num país "mais relevante".
A recomendação sobre a importância do maior envolvimento do setor privado foi avançada igualmente pelo diretor-geral do Emprego, Danilson Borges, dizendo que se pretende ainda um setor mais inclusivo, não só na questão do acesso, mas sobretudo na mobilidade.
"Ter espaços, centro de formação e emprego com maior mobilidade relativamente às pessoas com deficiência", mencionou ainda o responsável cabo-verdiano, indicando que outra questão tem a ver com a qualidade e o acesso do ensino à distância.
"Sendo a formação profissional mais técnica, que envolve um conjunto de elementos não só teóricos, mas práticos, poderá ser realizada em modalidades combinadas", prosseguiu, indicando que outra recomendação foi permitir o acesso mais barato à formação profissional em Cabo Verde.
Segundo Danilson Borges, também se falou "da necessidade de Cabo Verde ter um plano de desenvolvimento de competências e um sistema de antecipação de competências, para favorecer a definição dos perfis ou os programas de formação, alinhadas com as prioridades de desenvolvimento do país".
Durante os dois dias do fórum, o diretor avançou ainda que se discutiu o papel do formador no atual contexto, tendo defendido um formador-moderador, não sendo dono do conhecimento, mas que consegue acompanhar e pôr os formandos a desenvolver as suas próprias capacidades.
Sob o tema "Debater a Qualidade da Formação Técnica Profissional em Cabo Verde", o fórum de dois dias teve como objetivo fomentar um diálogo profícuo e intercâmbio de experiências, com todos os atores das esferas público privado e da experiência internacional.
Além de Cabo Verde, contou com oradores de Portugal, do Brasil, do Reino Unido e da Suíça, e participação das instituições ligadas à formação técnica e profissional do país, tendo o apoio da cooperação luxemburguesa, um grande parceiro do país neste setor.
Cabo Verde conta com 52 entidades formadoras privadas, enquanto as públicas são 12 institutos de emprego e formação, quatro escolas técnicas, a Escola de Hotelaria e Turismo, a Escola do Mar e o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI).
RIPE // LFS
Lusa/Fim
Comentários