O juiz responsável pela cadeia onde Lozoya está em prisão preventiva desde novembro de 2021, Gerardo Alarcón, ordenou na segunda-feira que o antigo líder da Pemex vá a julgamento, mas aceitou um recurso que dá mais tempo à defesa.

Também a Procuradoria-Geral da República mexicana anunciou que irá interpor recurso para que todas as provas possam ser admitidas e para que Lozoya possa ser acusado também dos crimes de peculato, suborno, associação criminosa e uso de recursos de origem ilícita.

O juiz mexicano rejeitou pelo menos 22 das 39 provas apresentadas pelo Ministério Público, enquanto aceitou que 20 pessoas testemunhassem a favor de Lozoya e a apresentação de oito provas documentais.

O advogado de defesa de Lozoya, Miguel Ontiveros, sublinhou que o antigo diretor da Pemex, entre 2012 e 2016, mostrou disponibilidade para pagar mais de 200 milhões de pesos (cerca de 10 milhões de euros) como indemnização.

A Procuradoria-Geral da República mexicana também pediu uma pena de 22 anos de prisão para a mãe de Lozoya, Gilda Margarita Austin, e uma indemnização no valor de 7,3 milhões de dólares (6,8 milhões de euros) pelo caso Odebrecht.

Lozoya, que foi detido em Espanha no início de 2020 e extraditado para o México, tem dois processos abertos na justiça mexicana, ambos por corrupção, por alegadamente ter recebido subornos no valor de 10,5 milhões de dólares (9,8 milhões de euros) da Odebrecht.

Em janeiro de 2022, a Associação Mexicana contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI, na sigla espanhola) revelou documentos oficiais que envolvem atuais funcionários do Governo no escândalo Odebrecht.

O atual Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, prometeu investigar os subornos da Odebrecht, que totalizaram mais de 20 milhões de dólares (perto de 18 milhões de euros) nos governos de Vicente Fox (2000-2006), Felipe Calderón (2006-2012) e Enrique Peña Nieto (2012-2018).

Em abril de 2017, um juiz de Nova Iorque condenou a Odebrecht a pagar 2,6 mil milhões de dólares (2,47 mil milhões de euros) pelo escândalo de suborno de funcionários de 12 países latino-americanos e africanos, incluindo em Angola e Moçambique.

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