Segundo avança a imprensa da ex-colónia britânica, citada pela EFE, o tribunal condenou Jimmy Lai a uma multa de cerca de 242.000 euros (dois milhões de dólares de Hong Kong) e proibiu-o de administrar empresas durante oito anos.

O tribunal concluiu, em outubro, que Lai, de 75 anos, ocultou "deliberadamente" as operações da empresa Dico Consultants nas instalações do extinto jornal Apple Daily.

Segundo o tribunal, o magnata, que já está preso por organizar e participar em protestos antigovernamentais não autorizados, violou o contrato de arrendamento dos escritórios do Apple Daily, que incluía uma cláusula que proibia o uso para atividades não relacionadas com a edição e impressão de jornais ou revistas.

O juiz decidiu que Jimmy Lai tinha a obrigação de garantir que todas as empresas subsidiárias que operavam naquelas instalações cumpriam os requisitos da empresa proprietária da instalação.

A consultora Dico começou a operar nos escritórios do Apple Daily em 1998, onde continuou em atividade até meados de 2020, informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O fundador do jornal de oposição Apple Daily encontra-se numa prisão de segurança máxima, em Hong Kong, onde aguarda novo julgamento por "conspiração", ao abrigo da polémica Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim, que entrou em vigor a 30 de junho de 2020, um ano depois de um movimento de protesto antigovernamental ter abalado a cidade semi-autónoma.

Esta lei permite punir com prisão perpétua os crimes de "secessão" ou "conluio com forças estrangeiras".

Em reação à sentença de hoje, o diretor para o leste asiático da Repórteres Sem Fronteiras, Cédric Alviani, considerou que "a diversidade de acusações feitas contra Jimmy Lai", que incluem protestos ilegais, fraude e crimes de segurança nacional, "e a gravidade impressionante das sentenças que foram proferidas mostram como o regime chinês está desesperado para silenciar uma figura simbólica da liberdade de imprensa em Hong Kong".

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