O conselho nacional do MDM decidiu que a comissão política deve "discutir a possibilidade de coligação eleitoral com outros partidos da oposição, incluindo a sociedade civil e grupos de cidadãos eleitores", referiu Lutero Simango, presidente do MDM.

Aquele responsável falava no domingo, no final da reunião do órgão que decorreu desde quarta-feira na cidade da Beira, centro do país.

"Recebemos a proposta [do Conselho Nacional] e vamos discutir este ponto. Ficou evidente que o nosso país está sendo muito mal governado e é necessária uma resposta que se enquadre na mobilização da população", sublinhou.

Caberá agora à comissão política do MDM encetar diligências "junto das entidades interessadas", acrescentou o partido, num comunicado.

No final da reunião, Lutero Simango apelou ainda à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder há 47 anos (desde a independência do país), para que mande parar as ações de violência contra os militantes do MDM.

"Queremos chamar a atenção ao partido no poder: a intolerância política protagonizada pelos seus membros não irá ajudar para a estabilidade nacional. Por isso, convido a direção da Frelimo a instruir aos seus membros a parar com estes atos de terrorismo político", referiu.

"Vamos responder, porque a paciência tem limites", acrescentou Simango.

Na última semana, delegados provinciais do MDM denunciaram agressões, destruição de materiais do partido e expulsão de bairros ordenadas por líderes locais e da Frelimo em distritos de Sofala e Manica.

Os casos de violência política são recorrentes em Moçambique e têm sido também denunciados por relatórios de observação eleitoral.

Um dos casos que causou maior impacto foi o assassínio de um ativista e observador eleitoral, Anastácio Matavel, durante a campanha para as eleições gerais de 2019.

Em 2022, seis polícias foram condenados a penas de prisão entre três e 24 anos pelo envolvimento no homicídio.

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