O apelo da Organização das Nações Unidas (ONU) foi feito hoje, por ocasião da comemoração do Dia Internacional dos Direitos Humanos.
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, e aqueles que assumem o governo têm uma imensa responsabilidade como (seus) fiadores", afirma em comunicado, a representante especial da ONU no Afeganistão, Roza Otunbayeva.
A ONU apelou à reversão de algumas medidas tomadas pelos talibãs desde que chegaram ao poder em agosto do ano passado, sobretudo as que reduzem as liberdades das mulheres, limitando a sua circulação ou a possibilidade de trabalhar, ou as que as excluem do ensino secundário, ou obriga-as a cobrirem-se completamente.
No Afeganistão "houve uma deterioração acentuada no gozo por parte da população dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais, algo pelo qual as autoridades de facto são responsáveis", afirma Roza Otunbayeva, lembrando que este país é um dos signatários da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A ONU destacou no comunicado que os Talibãs reprimiram inúmeros protestos e restringiram a liberdade de imprensa, além de realizar execuções extrajudiciais, tortura ou prisão de jornalistas, manifestantes e ativistas.
Entre os últimos casos relacionados a essas violações de Direitos Humanos está a prisão, há um mês, de cinco ativistas dos direitos das mulheres sem que as acusações fossem conhecidas, ou a execução pública esta semana de um assassino condenado.
"A ONU opõe-se veementemente ao uso da pena de morte em todas as circunstâncias e pede às autoridades de facto, que estabeleçam uma moratória imediata sobre as execuções, com vista à abolição da pena de morte. O uso da pena de morte não pode ser conciliado com pleno respeito ao direito à vida", enfatizou.
Esta "grave situação dos Direitos Humanos ocorre também num contexto de turbulência económica, social e humanitária", pela qual as mulheres estão expostas a um maior risco de "marginalização e vulnerabilidade à exploração".
A representante da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Afeganistão, Fiona Frazer, lembrou que se os talibãs quiserem cumprir a promessa de um "país pacífico e estável, devem investir nos elementos fundamentais que sustentam uma sociedade coesa": a dignidade humana e Direitos Humanos.
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