O recentemente eleito Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, realiza hoje a sua primeira visita a Bissau, de algumas horas, tendo sido recebido no aeroporto internacional Osvaldo Vieira pelo seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Falando no Palácio da Presidência, no centro de Bissau, Faye declarou a vontade de manter os laços da "história, parentais, da geografia e da cooperação" existentes entre os dois países.

Bassirou Domaye Faye citou as referências feitas por Sissoco Embalo às relações que "sempre existiram" entre os Presidentes do Senegal e da Guiné-Bissau.

O novo Presidente do Senegal, de 44 anos, observou ser responsabilidade dos atuais líderes continuar e aprofundar essas relações, nomeadamente nos domínios da defesa, segurança, pesca e formação de quadros guineenses nas instituições senegalesas.

"Os nossos dois países podem e devem fazer muito mais", afirmou Faye, que realiza em Bissau a sua terceira deslocação ao exterior desde que tomou posse como Presidente do Senegal, no passado dia 02.

A primeira deslocação foi à Mauritânia, tendo-se seguido a Gâmbia.

Faye aproveitou a declaração conjunta dos dois chefes de Estado para agradecer a presença de Sissoco Embaló na cerimónia em que foi investido, o que considerou ser "testemunho das excelentes relações" entre os dois países.

Em relação à cooperação, Faye afirmou que os dois Estados "não precisam ir buscar lá longe" o que podem encontrar nos seus países e sugeriu a convocação "no mais curto espaço de tempo possível" da Grande Comissão Mista.

O ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira, disse aos jornalistas que a Grande Comissão Mista vai debater "todos os aspetos da cooperação" entre os dois países, nomeadamente a exploração dos recursos naturais partilhados.

Manifestando "orgulho" pela visita de Faye, o Presidente guineense adiantou que debateu com o seu homólogo "vários aspetos de interesse comum" que devem ser consolidados, nomeadamente nos domínios da defesa, segurança, pesca artesanal, agricultura e formação de quadros guineenses.

Sissoco Embaló disse que abordou também a questão da Agência de Gestão e Cooperação (AGC), que gere uma zona marítima comum onde se acredita existirem importantes recursos haliêuticos e hidrocarbonetos.

O chefe de Estado guineense, que não esconde a amizade pessoal com o ex-Presidente senegalês Macky Sall, a quem trata por "irmão mais-velho", afirmou que no Senegal "existe a continuidade do Estado" e disse estar confiante de que vai continuar a "caminhar lado a lado" com Bassirou Diomaye Faye.

"Nada nos pode separar", afirmou.

À sua chegada, desde o aeroporto até ao centro de Bissau, numa distância de oito quilómetros, Diomaye Faye foi saudado por centenas de cidadãos senegaleses que exibiram cartazes e bandeiras do seu país.

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