Os Mundiais de judo são os instantes finais de um prolongamento, o momento de todas as decisões para alguns dos judocas portugueses, à espera de um resultado que confirme a ida aos Jogos Olímpicos de Paris2024.
“Estão a 30 segundos do prolongamento terminar e tudo vai ser possível”, perspetivou à agência Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Judo, Sérgio Pina, quando Portugal compete a partir de domingo nos Mundiais da modalidade.
Em Abu Dhabi, a seleção de 14 judocas portugueses, nove em femininos e cinco masculinos, não apresenta a mesma realidade, com alguns a tentarem ‘in extremis’ a qualificação olímpica ou a confirmação nos Jogos, e outros já apurados.
Para Sérgio Pina o desejo é óbvio, de que todos o consigam, embora exista também a consciência que tal pode não acontecer.
Catarina Costa (-48 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg) são os judocas que têm, à partida, o lugar seguro nos próximos Jogos, em contraste com ‘cinco’ que jogam cartada decisiva nos Mundiais.
João Fernando (-81 kg, 2.443 pontos) e Taís Pina (-70 kg, 2.341) estão em lugares de ‘quota’, o que significa, caso não se qualifiquem por classificação direta nas respetivas categorias, que podem discutir a entrada nos Jogos com Telma Monteiro (-57 kg, 2.296), Maria Siderot (-52 kg, 2.067) e Rodrigo Lopes (-60 kg, 1.813) e quando os cinco estão separados por cerca de 700 pontos.
Uma análise sem contabilizar as ‘variáveis’ de outros judocas internacionais que também podem correr pelas quotas continentais (12 em femininos e 13 em masculinos na Europa, sem repetição de nacionalidades), ou na realocação das quotas excedentárias.
Para os virtualmente apurados, os Mundiais continuam a ter a importância das medalhas, mas em ano olímpico existe também a ponderação de não se correrem riscos desnecessários, que possam trazer problemas físicos antes de Paris2024.
“É daqueles Mundiais, com certeza, há uns que vão dar tudo por tudo, outros se calhar vão com algumas cautelas, mas sempre com o objetivo de medalhar como é óbvio. É um grupo de judocas que dá garantias e que com certeza tudo farão para virem de lá, como se diz, com a carica ao peito”, considerou Sérgio Pina.
A seleção portuguesa, que contará com os selecionadores Pedro Soares e Marco Morais, e os treinadores de clube Ana Hormigo e João Neto, compete apenas na variante individual, com os combates a decorrerem na Mubadala Arena entre domingo e quinta-feira, das categorias mais leves até às mais pesadas.
Globalmente, a competição prevê a participação de 682 judocas, de 110 países, com a inscrição de oito líderes mundiais, sete vice-líderes e sete campeões mundiais em título entre as 14 categorias.
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