Questionado pelos jornalistas sobre essa hipótese, admitida na terça-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, o chefe de Estado respondeu: "Eu percebi que era uma hipótese aberta pelo Governo, quer dizer, que podia ir até à privatização total".

"Também percebi o que já tinha dito várias vezes, que que há mais interessados do que se pensava, o que quer dizer que é um negócio interessante. Não são apenas os clássicos, mas são outros. É bom sinal", considerou.

Interrogado se tem ou não alguma objeção a uma eventual privatização total da TAP, Marcelo Rebelo de Sousa declarou: "Se for economicamente, financeiramente, do ponto de vista português, a melhor solução, é a melhor solução".

"Dir-se-á: mas o Estado deve ter instrumentos de intervenção. É possível haver privatização com instrumentos de intervenção. Portanto, depende das condições da privatização", acrescentou.

Segundo o Presidente da República, "qualquer Estado tem o cuidado de garantir condições mínimas de acompanhamento e de controlo", mas interrogou: "Isso é compatível com a privatização integral? Pode ser ou não ser. Veremos as condições".

Na terça-feira, no parlamento, o primeiro-ministro colocou a hipótese, entre diferentes cenários, de se privatizar a totalidade do capital da TAP, apesar de indicar que o montante ainda não foi definido e irá depender do parceiro escolhido.

"Não vamos vender a um qualquer privado. Só iremos privatizar e vender parte, ou a totalidade do capital, tendo em conta a defesa dos interesses da companhia, de Portugal e dos portugueses", disse António Costa, em resposta ao Bloco de Esquerda, durante o debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo partido Chega.

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