Em comunicado, a vereação socialista em Lisboa refere que o que aconteceu na passada quarta-feira provocou centenas de inundações na cidade de Lisboa, causando avultados prejuízos patrimoniais no comércio e para as pessoas, pelo que importa por isso colocar um conjunto de "questões essenciais" que a entrevista do Presidente da CML não foi capaz de esclarecer.
Assim, o PS enviou a Carlos Moedas um conjunto de perguntas e apresentará os requerimentos necessários para "obter os esclarecimentos que se impõem sobre o que aconteceu e o que falhou".
De acordo com os vereadores do PS, importa apurar, por exemplo, se a CML já sabia ao meio-dia da véspera (06 de dezembro) do risco de inundações, porque razão se manteve muda na comunicação junto dos lisboetas?
Querem ainda saber se foi ou não ponderado divulgar mensagens de alerta por todos os meios, incluindo por SMS e redes sociais, para que as pessoas recolhessem às suas residências?
"Existindo um alerta laranja para a situação anormal na noite de 07 de dezembro, desde a manhã desse dia, por que razão não foi vedado o acesso aos principais túneis rodoviários ao início da noite, túneis esse que vieram a inundar com severidade extrema?" é outra das questões lançadas ao presidente da CML.
Com esta iniciativa da vereação socialista, pretende-se também determinar se foi ponderado solicitar que o lixo não fosse depositado para recolha e se houve algum apelo a que se procedesse à remoção dos veículos automóveis dos locais mais expostos em contexto de inundações.
Sabendo a CML ao meio-dia de dia 06 de dezembro do risco de inundações, os vereadores socialistas querem ainda apurar quem estava na coordenação política e tomou a decisão de "não se comunicar com as populações nem efetuar qualquer operação de natureza preventiva com o objetivo de proteger pessoas e bens".
Outra das questões a colocar a Carlos Moedas pelo PS é o de saber se o Presidente e o vereador com o pelouro da Proteção Civil se encontravam na Assembleia Municipal, às 21:00, enquanto a cidade era tomada pelas inundações na tarde/noite de 07 de dezembro, bem como quem se encontrava na coordenação política das equipas.
Querem igualmente os vereadores do PS apurar qual o reforço do dispositivo na tarde/noite de terça-feira (09 de dezembro) da Proteção Civil, Regimento de Sapadores Bombeiros, Polícia Municipal, e serviços municipais de Higiene Urbana, Espaços Verdes, Unidade Coordenação Territorial, Espaço Público e Saneamento.
"Houve contacto com os Bombeiros Voluntários da cidade para reforço do dispositivo?", questiona ainda o PS.
Entre outras considerações, a vereação socialista alega que, ao contrário do que disse Carlos Moedas, por si só, a construção dos túneis não acabará com as cheias na cidade.
"A prová-lo, o facto dos túneis do Campo Pequeno, Campo Grande ou a Avenida de Berna terem estado inundados, todos eles em áreas a jusante dos túneis de drenagem e cuja construção em nada alterará as condições existentes. É preciso continuar o caminho que vinha sendo seguido de permeabilização de solos, com mais áreas verdes, construir as bacias de retenção em falta no Plano Geral de Drenagem e continuar o processo de substituição e dos coletores", adiantam os vereadores socialistas.
FC // SF
Lusa/Fim
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