A maior queda no PSI pertenceu à EDP Renováveis, que caiu 45% e terminou com o preço final de 10,04 euros. Ainda com quedas significativas terminou outra empresa do mesmo grupo, a EDP, com as ações a cederem 32% para 3,09 euros.
Ainda com quedas acumuladas, em 2024, fecharam a Mota-Engil (com 26%), a Jerónimo Martins (quase 20%), a Corticeira Amorim (12%) e a REN (-1,94%).
Nas subidas, o destaque vai para o banco BCP, cujas ações subiram 69% para fecharem o ano nos 0,46 euros.
Com ganhos acumulados fecharam também CTT (55%), Galp (20%) e Altri (16%). Com valorizações inferiores ficaram Ibersol (12%), Semapa (6%), NOs (4%), Navigator (1%) e Sonae (1%).
Quanto ao resto do mundo, os principais mercados bolsistas globais registaram em 2024, segundo o analista Ricardo Evangelista, da ActivTrades, "desempenhos impressionantes, especialmente nos Estados Unidos".
À Lusa, o analista atribuiu esse desempenho a vários fatores, "a performance sólida da economia americana, o entusiasmo em torno da inteligência artificial, o início dos cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal e a expetativa, que surgiu após as eleições de novembro, de que a nova administração introduzirá menos regulação e impostos mais baixos".
Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq devem terminar o ano com subidas significativas acima de 20%, impulsionados sobretudo pelos setores tecnológico e da transição energética.
Na Europa, o DAX alemão cresceu quase 19% e o Ibex espanhol 14,78% mas o CAC francês caiu 2%. O FTSE britânico teve um desempenho anual mais modesto, com um crescimento de quase 6%.
Quanto ao mercado das matérias-primas, na análise a 2024, a porta-voz da XTB Adriana Rojão considerou que as alterações climáticas foram o principal fator de volatilidade nos preços.
"O cacau destacou-se com uma valorização de 185%, impulsionado por uma escassez de oferta causada por condições climatéricas adversas. O café também subiu 75%, devido à seca no Brasil e às chuvas no Vietname. No entanto, a soja caiu 26%, refletindo o aumento da produção mundial e a concorrência entre exportadores, bem como as melhores colheitas", afirmou na análise à Lusa.
O ouro atingiu máximos históricos, com uma subida superior a 30%, mantendo-se como ativo de refúgio face à incertezas geopolíticas e aos cortes nas taxas de juro.
Para 2025, a previsão do consenso analistas contactados pela EFE é que as bolsas enfrentarão um ano positivo, embora não isento de riscos e provavelmente menos positivo do que em 2024.
A maioria dos analistas concorda que os mercados bolsistas continuarão a ter um potencial de subida em 2025, embora inferior ao de 2024 e mais positivo para os mercados dos Estados Unidos do que para os da Europa, num contexto positivo para a economia mas não isento de riscos geopolíticos e com receios de aumento da inflação perante a anunciada política de Donald Trump (que em janeiro toma posse como presidente dos EUA) de reduzir impostos e aumentar tarifas.
Quanto aos bancos centrais, a previsão é que tanto a Reserva Federal dos EUA como o Banco Central Europeu (BCE) continuarão a reduzir as taxas de juro, que será mais lenta no caso do Fed.
Relativamente aos mercados emergentes, a aposta dos analistas é a Índia enquanto as empresas globais reduzem a sua exposição à China, que continua a enfrentar uma procura interna fraca após o rebentar da bolha imobiliária.
Nas matérias-primas há a previsão de que o petróleo desça para valores entre os 50 e os 60 dólares por barril, com um possível excesso de oferta. O ouro e a prata poderão valorizar, dependendo da política monetária e da geopolítica, nomeadamente na Ucrânia, enquanto os os preços de produtos agrícolas, como o café e o cacau, deverão continuar a subir.
IM// SF
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