"Fomos convidados para esta vigília em honra às nossas crianças mortas, cujos direitos humanos foram violados em vida", disse no sábado, à agência noticiosa EFE, Aracelys Sánchez, que desde 2013 "luta por justiça" para o filho que, garantiu, foi morto por forças de segurança dentro de casa.

"Nós, as vítimas, temos fé e esperança (...); esperamos que façam justiça, esperamos uma reparação integral para todas as vítimas, nós merecemos", disse Sánchez.

Durante a vigília, os participantes acenderam velas, lembraram os nomes dos seus familiares e leram um documento conjunto em que pedem o fim das execuções extrajudiciais para que "os jovens possam crescer e ter oportunidades".

Jorge Cedeño, de 27 anos, pede justiça pela morte do irmão, em 2019, alegadamente executado "pelas FAES", as Forças de Ações Especiais, uma divisão da polícia venezuelana acusada pelas Nações Unidas de cometer crimes contra a humanidade.

"Até hoje não fizeram nada com o caso do meu irmão", denunciou Cedeño, que veio do estado de Guárico, a 200 quilómetros de Caracas, para pressionar os órgãos de Justiça porque disse não ter conseguido qualquer resposta dos tribunais na sua região.

Segundo a organização não-governamental Cofavic, entre 2012 e julho deste ano, foram registados 14.220 casos de supostas execuções extrajudiciais na Venezuela.

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