
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,80%, o tecnológico Nasdaq baixou 0,46% e o alargado S&P500 perdeu 0,70%.
Os índices evoluíam em alta antes de se conhecer a decisão da Fed, que subiu a sua taxa de juro de referência em 25 pontos-base, o que a colocou no intervalo entre 5,00% e 5,25%, uma novidade desde há mais de 15 anos.
A primeira reação dos investidores foi positiva, porque a Fed não avançou que tencionava fazer mais subidas, ao contrário da reunião precedente.
Durante a sua conferência de imprensa, Powell declarou, não obstante, que "não foi tomada uma decisão relativa a uma pausa" nestas subidas, o que foi lido como uma admissão de mais subidas nos próximos meses.
Mas, Powell, ao mesmo tempo, excluiu uma ou mais baixas da taxa no curto prazo, sob reserva de a economia dos EUA seguir a trajetória antecipada pelo banco central, a saber uma "ligeira" recessão, o que desagradou aos investidores e fez passar os índices para terreno negativo, mas sempre dentro de margens estreitas.
Os operadores, contudo, continuam a esperar pelo menos três descidas da taxa de juro de referência até ao final do ano.
Neste contexto, os rendimentos obrigacionistas baixaram, sinal de um mercado que vê o banco central mudar antes de 2024. O rendimento proporcionado pela dívida pública federal a 10 anos baixou para 3,36%, dos 3,42% na véspera.
"Tenho a impressão de que o consenso é o de o tom foi mais ofensivo do que acomodatício", comentou Steve Sosnick, da Interactive Brokers.
"Parece que os investidores não tiveram tudo o que queriam, mas receberam tudo o que estavam à espera", reagiu Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.
Para Steve Sosnick, o relatório mensal sobre o emprego nos EUA, esperado para sexta-feira, pode mexer muito mais com os índices bolsistas do que Fed hoje.
"A Fed orienta-se em função de indicadores e (este relatório) é crucial" para tomar o pulso ao mercado e ao ritmo de progressão dos salários, realçou o analista.
Neste capítulo, a bolsa nova-iorquina acolheu com reserva os dados mensais do gabinete ADP, quem mostraram que 296 mil empregos foram criados no setor privado em abril, que foi o dobro do que os economistas esperavam.
"Isto não motivou grande reação do mercado, porque a ADP nem sempre é um bom indicador dos números do emprego" esperados para sexta-feira, que vão ser divulgados na sexta-feira pelo Departamento do Trabalho.
RN // RBF
Lusa/fim
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