Será que no futebol a tradição é sinónimo de superstição? Se não é parece. Aparentemente pelo que se passou no Estádio da Luz, esses “fantasmas” afetaram psicologicamente o espírito dos jogadores que acusaram um nervoso miudinho, a tal ansiedade que precipita os passes, que inibe as movimentações, que retira clarividência, que trava a articulação da filosofia de jogo, e onde o psico-somático atrapalha a técnica, e a tática. 
Não foi por acaso que se manteve a tradição. Estava escrito que o Benfica continuaria sem vencer na estreia do campeonato e que Peseiro tem de esperar por outra ocasião para ganhar no Estádio da Luz. Quem sabe se não foi a crença da superstição que levou Jesus a alterar o seu modelo de jogo habitual, e até a escolha do 11 inicial? 
Temos de questionar este fenómeno de forças invisíveis e desconhecidas. Por exemplo, porque é que o Benfica ontem praticou frente ao Braga um futebol menor, que está muito distante da qualidade apresentada na época passada. Pois como se observou, em 2011-2012, a equipa encarnada realizou exibições que deslumbraram.
Pergunta-se se o treinador e os jogadores são os mesmos? Então, porque é que a equipa não executou jogadas fluidas, nem os jogadores elaboraram o seu subtil jogo de movimentações, deslocações e interações? Porque não repetiram o usual envolvimento desconcertante, onde a bola circula por todo o campo, e surpreende o adversário? 
Sim, é certo que a oposição tática do Sporting de Braga, ao atuar de forma pressionante, e com uma correta distribuição dos seus elementos, encurtaram os espaços de penetração dos jogadores de Jorge Jesus. O Braga defendia bem, com os sectores muito próximos uns dos outros, fazia um futebol de contenção, de circulação do esférico, mas pouco produtivo.
Normalmente, os jogos entre candidatos são mal jogados, este não fugiu à regra, mas como espetáculo foi muito fraquinho. Também não é preciso exagerar. Claro que os futebólogos afirmarão que foi um jogo muito bem disputado, no qual aconteceram quatro golos, um jogo de grandes emoções, e de incerteza quanto ao resultado final…
Não foi por acaso que sucederam golos ocasionais, que se cometeram tantos erros, nem porque jogou Melgarejo? Se não jogasse como é que o Braga marcava! E como é que Benfica empatava se não surgisse aquela mãozinha estranha, (invisível), que veio, ninguém sabe de onde? Só a equipa de arbitragem, e a chata da televisão que tem a mania repetir as imagens… Nada acontece por acaso, foi a tradição que aliada a forças estranhas e misteriosas traçou o destino deste Benfica-Braga.