O coletivo é muito mais importante do que as figuras de primeira linha. É verdade, mas ao invés, sem jogadores de classe não se consegue uma grande equipa.
Fala-se muito das saídas dos jogadores importantes. Se já saíram, esqueçam. Hoje não vou falar de Hulk, mas sim da importância do lugar, do território, onde o valor deste jogador pode ser mais produtivo para a equipa que representa. Refiro-me a James Rodriguez.
O coletivo é mais fluente quando as características dos seus elementos forem corretamente aproveitadas. Logo que vi jogar pela primeira vez este jovem, afirmei que a sua área de intervenção seria o corredor central. Nessa zona este jovem tem um horizonte mais vasto para expor a sua visão e inteligência de jogo e para realizar a distribuição dos seus passes teleguiados que fazem brilhar os colegas. No sábado, o seu conterrâneo depois de receber a bola endossada por James, fez um golo - o qual será um dos melhores do ano - e disse que se sente melhor com o James perto dele.
Também Varela ressuscitou com a oferta do golo que o geniozinho lhe preparou. Fala-se em solidariedade e foi bonito ver a alegria entre ambos quando Varela lhe retribuiu a oportunidade de também James fazer um golo. Este miúdo tem uma relação quase perfeita com a bola, afaga-a, trata-a muito bem. Não é egoísta, é altruísta, oferece-a com arte e prazer aos seus colegas. A partir dos 30 minutos, esta foi a exibição mais coletiva do F.C. Porto. James contribuiu e de que maneira. Ao atuar no seu habitat, ele torna-se mais interventivo. Joga que é um primor e faz a equipa jogar.
Com o regresso de Lucho - outro extraordinário jogador - espero que James não seja de novo relegado para o seu “exílio”: uma das alas, onde o seu futebol fica limitado por desasado. Lucho e James no corredor central são mais que compatíveis: são dois criativos e dois finalizadores. Há quem mastigue o futebol defensivo, mas eu não, “Trinco”.
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