Estaria, por isso, tentado a dizer que houve espectáculo, mas receio que o termo possa induzir em erro os amáveis cibernautas que me acompanham, tomando como certa a qualidade de jogo, quando nele apenas a emoção esteve presente. Bem, apenas emoção será exagero, houve um pouco mais do que isso, mas foi sobretudo a emoção que pontificou, numa partida prenhe de golos e resultado incerto, já que a pontaria, desta vez, tocou aos dois. Contudo, o golo nem sempre é o corolário lógico da excelência de jogo; muitas vezes resulta também do demérito de quem defende. E, nesse aspecto, o Benfica, novamente remodelado, claudicou em demasia, guarda-redes incluído, consentindo dois golos em zona onde era proibido falhar. Redimiu-se, porém, nos lances com que abriu (N.Gomes) e fechou (J.Ribeiro) a sua conta. O Paços, que também não esteve isento de erros no sector mais recuado, revelou capacidade na luta a meio-campo, onde o Benfica contou com Yebda, ideal para este tipo de confronto em que o contacto é permanente. A perder desde o início, o Paços soube sempre reagir e, no final, encostou mesmo o adversário às cordas, falhando por pouco o empate. Mas Quim, dessa vez, foi providencial. Para a história do jogo, fica a benevolência do árbitro Bruno Paixão, ao não expulsar Nuno Gomes por clara agressão a um adversário, depois de um "toque" deste numa mais árdua disputa de bola. Já Jorge Sousa, o árbitro do outro jogo de ontem, em Guimarães, não teve dúvidas em expulsar dois jogadores da equipa da casa, na partida ganha (2-0) pelo Nacional e que volta a colocar os madeirenses no comando da Liga, por vantagem nos golos em relação ao Sporting.