O que dizer da noite de ontem?
Foi o consumar de muita coisa, entre elas, a certeza de que não vamos ser novamente campeões europeus. Honestamente eu no Europeu já nem sei se é melhor ficar em primeiro lugar no grupo ou em terceiro como nos aconteceu no saudoso ano de 2016. O alinhamento das Seleções em vez de ser mais fácil para quem fica em primeiro, é mais difícil. Estivéssemos nós no outro lado do alinhamento e era passadeira vermelha até à final.
Não vou falar muito do jogo, até porque terá sido aquele mais bem conseguido pela Seleção no Europeu. A minha grande dor é que os nossos jogadores olham para a baliza adversária como o Cláudio Ramos olha para a Carolina Loureiro, sem grandes intenções.
O jogo de ontem para mim, assenta em 3 pessoas com uma outra de bónus.
1 - Roberto Martinez - Ganhou neste Europeu a alcunha de Martinez Schmidt e não foi à toa.
Conhecem a famosa personagem criada por um escritor francês de seu nome Hergé? O homem que criou o Tintim? Ao Martinez faltam-lhe dois para tomar decisões.
Começou nas escolhas estranhas, continuou nas más opções táticas e técnicas e foi pelo Euro fora até à eliminação final! Martinez Schmidt, culminou a sua prestação no Europeu ao comando de uma Seleção que conta com nomes fortíssimos no ataque, com o brilharete de terminar o torneio sem marcar golos há 300 minutos, mais o IVA (dois prolongamentos).
Como se diz no futebol, de Espanha nem bom vento nem bom treinamento, nem vitória num grande evento.
Ficaria muito feliz se a Federação Portuguesa de Futebol o convencesse a ir assistir a um evento de patinagem e lhe enfiasse um bom par de patins.
2 - Cristiano Ronaldo - O capitão é o capitão. Ninguém com dois dedos de testa põe em causa a sua História e currículo. O capitão merece todo o nosso respeito mas acho que Cristiano Ronaldo também deveria perceber que as coisas já não são como dantes. O Martinez Schmidt não tem coragem de o sentar no banco, portanto cabe ao homem que veio do nada e tem tudo, (menos bom gosto com a roupa, acho que já tinha referido isso) ter a humildade para dizer que já não dá para 90 minutos. Pela primeira vez numa grande competição, o nosso capitão marcou tantos golos em campo como eu no meu sofá, de Super Bock na mão e bifana na outra.
Cristiano Ronaldo merece tudo, menos acabar a carreira a arrastar-se pelo campo e a receber o ódio de todos que sempre desejaram vê-lo falhar.
3 - João Félix - Falhou o que não podia ter falhado. Acontece só a quem tenta, mas será que valia apena ter tentado?
O João está numa fase da carreira onde a sua confiança está ao nível da que eu tinha quando entrava na sala de aula, no 10º ano para fazer um teste de matemática. Eu tirava 3, o João Félix falha tudo. Neste momento o João está com o toque de Midas mas invertido, onde toca tudo vira bosta.
O João é neste momento um miúdo cuja a indústria do futebol destruiu precocemente.
Curiosamente, os pontos dois e três estão umbilicalmente ligados ao ponto um.
O ponto bónus chama-se Pepe!
O defesa central que a esta hora se deve estar a inscrever no Centro de Emprego da Loja do Cidadão foi o jogador que mais merecia a felicidade neste europeu.
Pepe deu tudo, o que tinha, o que não tinha e ainda mais. Aos 41 anos, mostrou a muitos miúdos, que no início da sua carreira ainda estavam no corpinho dos pais, que a idade é só um número.
Pepe até nasceu do outro lado do Atlântico mas é muito mais português e faz muito mais por Portugal do que alguns que apregoam isso aos sete ventos.
Ao Pepe, só temos que agradecer e muito.
Meus amigos, guardem as bandeiras, guardem os cachecóis, tirem aquelas bandeirinhas ridículas dos carros, parem de comprar camisolas contrafeitas e vão para a praia procrastinar, é o que se leva desta vida, isso e desilusões vindas do Martinez Schmidt.
Para terminar o meu desejo para o Euro24 é que percam todos, sem exceção. A UEFA deviria escolher o vencedor por sorteio, mas com a sorte que os franceses têm, aposto que sairia o papelinho deles.
Boas férias e bom verão a todos e viva o futebol, mesmo quando nós espera um estaladão daqueles como o de ontem.
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