Depois da excelente primeira parte frente ao Braga, tudo indiciava que o futebol confuso, sem definição, nem filosofia de jogo, estava ultrapassado. A vinda de um novo treinador motiva os jogadores. Estes mostram mais empenho, mais querer, mais entusiasmo, mais perseverança e maior sentido de responsabilidade. Aliás, tínhamos dito que no Sporting a tendência era para melhorar. O grupo tem muita qualidade. Futebol é mutável, tudo se pode alterar.

Um bom jogo, um bom resultado, uma boa exibição transforma a tendência negativa em positiva. Claro que terá de haver continuação. Mas o mais importante foi a reabilitação psicológica.

O Sporting ao não competir no fim-de-semana, proporcionou ao treinador, mais tempo para se identificar melhor com as características dos jogadores. Para os preparar: mentalmente, fisicamente e taticamente. Poder-se-ia dizer que este jogo com o Basileia tinha já o cunho de Vercauteren. E que este encontro seria reflexo do trabalho, das ideias, da inteligência, da visão futebolista e da competência de Vercauteren.

Quando o treinador belga disse que iria defender com onze e atacar com onze pontas de lança, e que o que interessa é a dinâmica, a imprensa escreveu «Vercauteren minimiza sistema tático e quer futebol total». Também depois de ler o que um jogador disse «agora os treinos são jogos», deduzi e fiquei com a convicção que o treinador ia apresentar uma equipa equilibrada no binómio defesa-ataque. A qual realizaria um jogo estudado, pensado e elaborado. Fiquei na expetativa que o Sporting atuasse num ritmo frenético, com uma dinâmica de progressão e de recuperação elevada.

Mas na realidade ontem o Sporting não deu continuidade ao bom jogo que fez com o Braga. Tudo saiu tudo ao contrário a Vercauteren. Tudo começou pela má opção do onze inicial. Pranjic não tem características para segundo ponta de lança. Labyad não tem correspondido e ontem voltou a ser uma nulidade. A dinâmica foi por demais adinâmica. Não defendeu, nem com “onze”, nem com organização. Não atacou com “onze”, porque jogou muito encolhido, e sem qualquer plano ofensivo. O futebol apresentado com exceção de um ou dois lances foi errático, instável e improdutivo.

Vercauteren errou nas substituições a jogar contra dez tinha de reagir de imediato, deveria tirar um central e meter mais um ponta de lança, e mais tarde não deveria tirar o jogador defensivo mais rápido. Gelson o único capaz de anular e acompanhar os lances de contra ataque dos helvéticos. Quando se joga, onze contra dez, não pode ficar tudo na mesma é preciso aproveitar inteligentemente a superioridade numérica. Mas a desorganização total transformou uma possível reviravolta num resultado vergonhoso e humilhante. Já no jogo com o Genk, o Sporting só com dez, não se organizou devidamente para segurar o 1-0. A continuar assim? O Sporting vai de mal a pior!