Os dois melhores clubes do país não ligam à Taça da Liga. Ainda por cima em véspera do importante clássico, o qual está a ser preparado com todos os cuidados.

Já o Sporting, que está a fazer a “travessia do deserto”, onde os títulos não passam de miragens. É urgente encontrar o oásis para acabar com as alucinações. Por isso mesmo os leões apresentaram a melhor equipa? Frente ao Paços de Ferreira o qual se deu ao luxo de fez descansar alguns titulares. 

Foi a estreia de Jesualdo Ferreira como treinador leonino. Embora o professor nestes vinte dias de Manager - e de treinador dos treinadores - tenha analisado à lupa as características dos jogadores da equipa principal e da equipa B. Precisa de tempo para passar a mensagem, mas é premente que os jogadores rapidamente assimilem as necessidades prioritárias. É fundamental trabalhar a recuperação da confiança e planificar o desorganizado futebol leonino, porque os leões repetiram os mesmos erros dos jogos anteriores.

Muito nervosos e sem confiança, os leões falharam imensos passes. Optaram pelo individualismo em detrimento do coletivo. Não pressionaram. O trio intermédio atua sempre ao mesmo ritmo. Lento. Os restantes correm, mas raramente escolhem o rumo certo. 

O melhor deste jogo foi a revelação: Zézinho, o qual deu um safanão à equipa. Este miúdo em trinta minutos provou pela sua dinâmica, pela sua personalidade, e pelo excelente futebol apresentado ser o melhor médio leonino neste jogo. Quando os jogadores são bons a idade não conta. Coragem. O Pedro Mendes com aqueles centrais? Quando é que é chamado? E o Bruma? E os outros?

Com o corpo no Dragão e o espírito na Luz, Vítor Pereira só fez alinhar de início 4 titulares em relação ao jogo com o Nacional. O V. Setúbal não arriscou, apostou numa organização defensiva na expectativa de marcar num lance de bola parada, ou num contra-ataque, mas raramente incomodou Fabiano.

Apesar da aquisição de Marat Izmailov, o Porto tem um grupo de jogadores que é curto para três competições. Os Dragões precisam ir ao mercado. Vítor Pereira, a pensar no jogo de domingo, poupou jogadores. Substituiu Fernando, Maicon e Defour por Lucho, Alex Sandro e Varela. Esta gestão de alternância foi suficiente para os dragões manterem o controlo do jogo. A exibição foi pobre, mas suficiente para alcançar as meias-finais da Taça da Liga. 

Ao contrário do Porto, o Benfica tem um vasto e harmonioso grupo de futebolistas. Pois na realidade conta com dois jogadores de alto nível para cada posição. É só escolher. Para Jesus o embaraço poderia estar na escolha, mas ele é perentório quando afirma «eu não poupo, opto pelos jogadores que me dão maior garantia para a estratégia a aplicar neste ou naquele jogo». Ontem deu-se ao luxo de alinhar com dez jogadores diferentes dos que iniciaram o jogo no Estoril. 

O futebol é um jogo por vezes imprevisível. A Académica que foi completamente empurrada pelo Benfica para o seu meio campo, no primeiro lance de ataque e no único remate fez golo aos 46'. E quatro minutos depois ao segundo tiro fez outro golo. Ou seja os estudantes em todo o jogo, remataram por três vezes e fizeram dois golos.

O Benfica de Jesus coleciona Taças da Liga. Jesus não estava nada interessado em abandonar a desta época, por isso rapidamente introduziu no jogo Carlos Martins e Kardec por troca com Aimar e Bruno César. E em 4 minutos o Benfica deu a volta ao marcador. Kardec, a passe de Ola John, marcou e depois numa tabela perfeita ofereceu o golo a Lima. E assim a tradicional conquista da Taça da Liga continua no horizonte encarnado.