Nos ralis de todo o terreno há três componentes que ditam o sucesso em cada etapa. São eles a condução, a navegação e a mecânica. Eu acrescentaria ainda um quarto ponto que é a logística, ou seja, a forma como organizamos tudo isto também condiciona bastante o sucesso das provas.
A navegação num rali pode ser mais ou menos difícil de acordo com três grandes fatores. Por um lado a capacidade do navegador, naturalmente, e por outro as opções da organização da prova. Ou seja, a organização pode tornar a navegação mais difícil ou mais fácil segundo a qualidade e a quantidade de informação que nos dá e também de acordo com o número de ponto que tem em aberto no GPS. Nós vivemos numa época em que fazemos os percursos com o GPS bloqueado e só abrem em alguns pontos determinados os quais nos são dados pela organização.
Um outro aspeto que condiciona bastante a navegação são as características do terreno. Se tivermos muitas pistas paralelas ou se por exemplo não tivermos possibilidade de ver os rastos tudo isso torna a navegação mais difícil.
Estou a falar neste assunto porque a navegação da etapa de hoje foi particularmente difícil. Era composta por muitas pistas paralelas, bastante sinuosa e um percurso particularmente duro onde não se viam rastos. Mas nós não tivemos problemas e conseguimos ir seguindo sempre bastante bem. Neste momento faço esta reflexão sobre a navegação porque é ela que permite que as equipas com menos capacidade económica com veículos menos potentes consigam estar em pé de igualdade com as equipas de ponta. Neste rali a possibilidade de nós virmos a ter um bom resultado terá que assentar numa boa navegação uma vez que os meus adversários têm todos camiões bem construídos, são bons pilotos e todos eles, tal como eu, querem fazer um bom resultado.
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