O Sporting sofreu para derrotar o Moreirense, mas acabou por vencer e bem. Contudo os leões tardam em apresentar um futebol fluido, prático e esclarecido. O Sporting ainda não retificou os erros repetidos nesta época.

Ontem perante uma equipa que apresentou uma estratégia defensiva com um 4x1x4x1, a primeira parte leonina foi muito pobre. A equipa não jogou como se deve jogar contra equipas fechadas. Não apresentou argumentos, nem engenho, nem planeamento para aproveitar a liberdade concedida pelo meio campo do Moreirense, o qual jogava à zona sem pressionar.

 Os três médios numa irritante lentidão entretinham-se a passar a bola entre si, em toques de curta distância para o lado e para trás. E quando tentavam passes mais distantes erravam a direção. Os médios deveriam marcar um ritmo célere e os avançados deveriam mover-se a propósito para solicitarem a bola. Não o fizeram e os 45 minutos iniciais foram quase improdutivos: dos 5 remates só uma oportunidade e o golo de penalty.

Na segunda parte Ghilas, um quebra-cabeças para qualquer defesa, mostrou-se aos adeptos do seu futuro clube? E realizou uma exibição de gala. É forte, protege muito bem a bola, ganha todos os lances de cabeça, é rapidíssimo e tem uma técnica perfeita. No golo que marcou evidenciou todos os seus predicados. 

Mas o Sporting também tem Wolfswinkel, o qual é um excelente goleador. O holandês moralizado com os 3 golos obtidos no Axa não se fez rogado e ao seu terceiro remate foi de vez. Voltou a marcar, após uma excelente jogada em que Ilori serviu Cédric e este cruzou para trás onde surgiu Wolfswinkel a finalizar. Porém, os de Moreira de Cónegos inesperadamente beneficiaram de um livre e empataram por intermédio de Aníbal Capela. Este golo foi um balde de água fria que arrefeceu as bancadas. O futebol é isto e quando o Sporting estava mais rápido, incisivo a criar várias oportunidades, foi o Moreirense que marcou. É de realçar que a exibição leonina na segunda metade foi diferente para melhor. Muito melhor. Os 21 remates nesse período explicam bem a supremacia dos Leões.

Os derradeiros momentos do jogo foram emocionantes. Parecia um filme de Hitchcock o suspense imperava, ninguém arredava pé à espera de saber o incógnito desfecho. Tudo se decidiu quando Ilori colcou a bola na grande área minhota, onde Wolfswinkel de cabeça a enviou para Viola tocar o golo da vitória. Foi o delírio para os quase 27 mil adeptos leoninos, os quais vibraram com o final feliz. Por parte do Moreirense já se esperava este triste desenlace dado que a sina deste clube é perder nos últimos minutos.

Jesualdo agora mais conhecedor dos seus jogadores esteve bem ao manter André Martins e ao colocar o indiscutível Bruma de início. Também a entrada de Labyad foi benéfica, pois o marroquino, avisado, encarou o jogo com uma atitude diferente da de Braga. A substituição de Miguel Lopes devolveu Eric ao lugar onde rende mais. Muito mais. E depois do empate apostou no tudo por tudo e ganhou com as entradas de Viola e Schaars.