O Sporting perdeu ontem frente a um Paços de Ferreira irreconhecível, para as exibições já apresentadas esta época por parte da formação pacense. Contudo, a lei do futebol é pragmática e na única oportunidade que teve em Alvalade o Paços de Ferreira marcou . Mas pelo jogo que fez, este Paços até era uma equipa mais que acessível, mesmo para este Sporting. É verdade que ao Sporting faltou-lhe uma ponta de sorte. Os leões até dominaram, mas de forma infrutífera, pois oportunidades só mesmo a cabeçada de Capel ao poste

Tudo isto porque os jogadores leoninos estão confusos, desnorteados e desorientados. Confusos, porque não têm planos de jogo. Desnorteados, porque ainda ninguém lhes distribuiu um guião de modo a desempenharem o seu papel nos jogos. Desorientados, porque ninguém lhes transmite e devolve a confiança necessária. Perante este quadro, não admira que os jogadores encarem os jogos ansiosos, perturbados, e inquietos.

No que concerne à liderança já falámos na ambígua confusão. Não se sabe quem escolhe os capitães? Quem chama os jogadores da equipa B? Porque é que são chamados e não jogam? Mas as opções de Vercauteren saltam à vista. Ricardo Esgaio foi um dos melhores em Vila do Conde, ficou no banco por troca com o inadaptado Pranjic. O técnico belga substituiu Adrien, que era o melhor médio, e deixa Pranjic em campo? E depois as entradas de Carrilho e Viola pecaram por tardias.

Quando durante o decorrer do encontro não se faz uma leitura capaz para dar a volta ao resultado é este o Sporting que se apresenta, repetitivo e sem melhoras. Sem motivação pela ausência de um discurso que estimule e devolva a auto-estima aos jogadores. Sem uma correta planificação de jogo. Sem uma escolha eficaz do onze inicial. Sem uma estratégia definida. Mas há mais.

O Porto continua a ser igual a si próprio. A equipa apresenta um coletivo muito consistente nas ações atacantes, onde a movimentação de Jackson Martinez é um quebra-cabeças para as defesas adversárias. As mudanças de velocidade de Varela e as ideias de James, Lucho e Moutinho, criam uma acutilante dinâmica nesta formação portista. Também os laterais muito ofensivos combinam bem com os médios alas. A defender a equipa apresenta-se compacta. Não é por acaso que é a defesa menos batida do campeonato.

O que admira é o Porto ter vencido o Nacional à tangente. Pois os campeões realizaram uma excelente primeira parte, marcaram por intermédio de Jackson Martinez, o qual poderia ter marcado mais três golos. O momento alto do jogo foi interpretado por Jackson e por Vladan. O colombiano fez um perfeito “chapéu” ao qual Vladan respondeu com uma defesa extraordinária. Aliás, Vladan evitou que o Porto goleasse o Nacional. Defendeu tanto e bem que o considero, o melhor jogador em campo.

A segunda metade foi mais fraca, o futebol dos Dragões baixou de nível. Com a lesão de James o futebol do FC Porto perdeu beleza e eficácia. Apesar da grande forma de Moutinho e da experiência e facilidade de passe de Lucho, a realidade é esta: James marca a diferença entre o normal e a fantasia.

Vítor Pereira arriscou ao não prescindir de James neste jogo com o Nacional, sabendo que James vinha de uma lesão muscular, e que seria preferível não utilizá-lo e resguardá-lo para o importante jogo da Luz. Se este jovem não recuperar até ao próximo domingo. É uma baixa de peso!