Sabemos que o treinador de futebol tem por inerência profissional conhecer e dominar todas as componentes do futebol. Contudo, sabe-se que o técnico precisa de algum tempo. Alguns são céleres a passar a mensagem, outros demoram mais, outros nem têm tempo para explicar verbalmente e na prática as suas ideias aos jogadores.
Porém, observamos que o Sporting de Vercauteren tarda em mostrar serviço. Este treinador já tem tempo suficiente para identificar os jogadores e para colocar a equipa a praticar um futebol com qualidade, que se identifique com o seu conceito de jogo.
A realidade é que o Sporting continua sem organização, nem planificação coletiva. Porque a equipa está desmoralizada face aos impensáveis resultados.
Precisava de um abanão psicológico que lhe devolvesse a confiança, que a descontraísse, que a projetasse, que a personalizasse, e lhe restituísse a alegria de jogar.
Ontem, a primeira parte foi de uma pobreza franciscana. Um grupo apático, lento, que não pressionou e deixou que o Nacional jogasse a seu belo prazer, e mandasse no jogo. Valeu ao Sporting o excecional Rui Patrício, que evitou que a sua baliza fosse violada mais vezes.
Como se sabe, o meio campo é a zona de preparação da maioria das jogadas de ataque e simultaneamente deve ser a fronteira defensiva para anular os ataques do adversário. Pois, nos primeiros 45 minutos este setor falhou, pois nem organizou, nem defendeu.
Vercauteren ontem ficou a saber que o melhor lateral direito é Cedric. Mas o que não se compreende é porque ainda não se apercebeu que o Pranjic e o Labyad são inferiores aos seus homólogos, não só aos que ficam no banco, mas também daqueles que militam na equipa B.
Na segunda parte, Vercauteren alterou e bem o modelo para 4x4x2, e o Sporting subiu de produção. O Nacional, tal como afirmou Manuel Machado, ficou baralhado com esta alteração e não mais conseguiu repetir o que tinha feito na primeira metade.
Mas ao mudar para 4x4x2 porque é que Vercauteren não integrou logo ao intervalo o Jeffrén, ou o Viola, que são médios-alas de raiz e continuou com o inadaptado Pranjic? Viola continua a atuar como ponta de lança, quando rende muito mais numa das alas.
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