O Benfica soma e segue. Ontem, como é habitual, apresentou-se com uma vocação ofensiva muito difícil de travar. O Marítimo foi pressionado desde os primeiros minutos, mas no seguimento de um livre marcou. O Benfica não abanou e reforçou a sua tendência atacante, e o caudal ofensivo furou o dique pela primeira vez, quando aos 33 minutos Cardozo empatou.

Já explicamos em anteriores crónicas que o Benfica constrói pelo menos 75% do seu futebol atacante pelos corredores laterais. Logicamente, o corredor central é menos interveniente. Naturalmente que os médios centros têm menos intervenção no jogo. Por isso, a sua produtividade realça ou apaga-se consoante o acerto ou o desacerto dos passes de ligação com o ataque.

Não admira que Jesus substituísse o “menino” André Gomes que neste jogo esteve muitos furos abaixo do encontro de Alvalade, por Enzo Pérez. Mas o resultado foi o mesmo porque o argentino também não sobressaiu.

Enquanto o sérvio Matic continua em ascensão. Quando este jogador chegou ao Benfica antevimos que era melhor tecnicamente e que viria a ser muito mais influente na dupla função defesa-ataque, do que Javi. Hoje, este jovem confirma-o. Ontem só os golos de Cardozo lhe tiram o título de melhor em campo.

Jesus tem um excelente lote de jogadores e dirigi-os na maioria dos casos da melhor maneira. O futebol do Benfica tem um ADN de preponderância ofensiva.

A mecanização entre os jogadores está afinada, e quando o adversário não responde com uma oposição eficaz, é aquilo que se vê. Um espetáculo.

As águias ontem voaram alto e geraram confusão com a sua complexidade e variabilidade de ações. O ritmo de progressão foi elevado. Nas jogadas atacantes de pré finalização participaram quase sempre 5 jogadores, e a combinação entre os laterais, e os médios alas, quando funciona, é muito difícil de parar, dadas as contínuas movimentações, que proporcionam aos laterais serem municiadores e até finalizadores.