Jogou-se ontem a grande final da Taça da Liga. A Taça da Liga é tipo aquele 'tupperware' que temos em casa, que ninguém quer ou se lembra dele mas que de vez em quando dá jeito, nem que seja para somar títulos. Foi o que aconteceu com o Benfica.

No dia de ontem a equipa encarnada voltou a apanhar o FC Porto como equipa portuguesa com mais troféus conquistados. O grande culpado é o Sporting, que desde a final de 21/22 não vence uma Taça em Portugal, entregando sempre os troféus normalmente ao FC Porto e agora ao Benfica. O Sporting é o catalisador desta luta titânica entre águias e dragões.

Relativamente ao jogo de ontem, foi entretido. Não foi um jogo por aí além mas foi entretido. Já vimos jogos grandes de pior qualidade, aliás, o de ontem comparado com o Sporting-FC Porto da última terça-feira é como comparar a dentição do Cristiano Ronaldo aos 17 anos com a atual. Quase nos 40, está muito melhor agora.

As equipas entraram abertas, o Benfica com o mesmo 11 de quarta-feira e o Sporting a colocar João Simões no meio campo e Quaresma na direita. Nesta fase da época, se taparem a boca a um jogador do Sporting ele desmaia. São tantas as lesões, que jogam praticamente sempre os mesmos. No dia de ontem, o Sporting tinha adeptos totalmente equipados, distribuídos pelas bancadas, para em caso de emergência poderem entrar.

A grande vitória de ontem dos leões, foi terem saído de Leiria sem mais um nome no boletim clínico. A juntar às lesões, temos o desaparecimento de Marcus Edwards. Depois de Madeleine McCann, Edwards é o segundo inglês a desaparecer em Portugal. Não tardará muito para sair um livro do Gonçalo Amaral sobre este caso que abala uma vez mais a sociedade portuguesa.

O Benfica chegou à vantagem através de um grande golo de Schjelderup. O norueguês não deveria ficar muito tempo em Portugal ou pelo menos ter grande relevância nos jogos. É que me vejo lixado para escrever o nome dele, tenho sempre de ir pesquisar ao Google. Nos meus desejos para 2025, um desses desejos é ver o Jorge Jesus dizer Schjelderup todos os meses, outro é que no metro, sempre que alguém ligasse a música alto, apanhasse um choque que o deixasse em coma três meses.

O Sporting chegou ao empate através de Gyokeres, numa grande penalidade, por falta cometida por Florentino sobre Maxi Araújo.

Veio o intervalo e na segunda parte as equipas arriscaram pouco. Foi uma segunda parte com mais medo de sofrer do que coragem para marcar. Tipo, quando a água do mar está fria e vamos só lá molhar a pontinha dos dedos, no máximo arriscamos um tornozelo ou uma canela. Pronto, foi assim, estava tudo com medo de levar um balde de água fria.

O jogo foi para as grandes penalidades e o único que estava com frio e tremeu foi Trincão. Falhou e o Benfica festejou pela oitava vez.

Deu-me pena ver Trincão sair a chorar. Deu-me pena, primeiro porque o homem joga no Sporting e isto já deveria ser rotina, depois ponho-me a pensar que se Portugal calha de ir a uma final de um grande torneio e ele falha o penalty decisivo? Será melhor fecharem os caminhos para a Ponte 25 de Abril, esconderem os X-Atos e as cordas, que o homem vai desta para melhor. Calma Trincão, é só a Taça da Liga, nem os benfiquistas a queriam, só serve para aumentar o número de troféus oficiais.

Não concordam? Entre assistir a uma final da Taça da Liga e ir comer uma boa francesinha, uma daquelas mesmo top, tipo as do "Ritz" na minha Póvoa de Varzim, o que preferiam? Pois é, já ficaram a salivar seus gordos, é para pedir mais molho?

No final, Rui Borges diz que o Sporting terá futuro risonho, às tantas o Sporting vai ao mesmo dentista do Cristiano Ronaldo. Já os benfiquistas festejaram e ouve ali um momento estranho entre Lage e Rui Costa. Não sei se algum deles estaria com gases, mas as expressões faciais deles não eram de quem tinha ganho, era mais de quem estava com cólicas.

Para terminar, quero realçar a roda no final do jogo de Bruno Lage com os seus jogadores. Já não via um discurso tão emotivo assim desde que um tal Adolfo na Alemanha decidiu convencer o seu povo de que eles eram realmente superiores aos outros. Tanto braço no ar que por momentos até pensei que o discurso era em Língua Gestual Portuguesa.

Termina a edição 24/25 da Taça da Liga, um jogo em que só faltava saber em que autocarro a Taça da Liga viajaria para Lisboa. Veremos para o ano se será por cá ou se a Taça irá andar de avião, caso Pedro Proença engane alguém e mande o nosso futebol para o estrangeiro.

Viva o Futebol!