A festa da Taça de Portugal, a prova rainha do futebol português passou ontem pelas Caldas da Rainha e esteve a 11 metros de sagrar um mero membro da plebe como o rei da 3ª eliminatória.

O Benfica rodou bastante a equipa à excepção de quatro elementos. O Enzo Fernandez é que já não deve estar a achar piada à brincadeira de jogar sempre e nunca ter folgas. Aquelas pernas já têm mais quilómetros do que a bicicleta do João Almeida.

Este jogo, tal como os filmes do Christopher Nolan, teve um pouco de tudo. Alturas em que dava para dormir, outras de colar o espectador ao ecrã, drama, emoção, superação, rendição, revolução e ao contrário das anedotas do Fernando Rocha não teve menstruação porque era um jogo de futebol masculino, o que não invalida que nas bancadas não possa ter ocorrido.

O jogo foi bastante disputado e o Caldas demonstrou a muitos clubes da I Liga que há muita qualidade nos escalões inferiores em Portugal. Neste momento trocava o Marítimo pelo Caldas e por certo ninguém notava. O meio ambiente e o PAN agradeciam, os pilotos também, porque aterrar no Funchal é mais difícil do cortar as unhas com um alicate.

Num jogo com mais bolas nos ferros do que uma paródia porno sobre o Star Wars, o Benfica esteve em vantagem mas deixou-se empatar a 15 minutos dos 90.

António Silva, num lance infeliz, demonstrou que nesta idade não pode saltar  'Barreiras'. Especialistas da bola dizem que o António Silva vale 100 milhões de euros. Então, quanto valerá Gonçalo Barreiras, que aos 20 anos deixou um Top 20 do Golden Boy nas covas e ainda enfiou uma cueca maldosa em Helton Leite?

O prolongamento já parecia a fase final de uma prova de ultra maratona. Uns esticados ao comprido, cheios de cãibras, a pensarem no que seria o almoço nos sogros no dia a seguir. Outros a pensarem que iriam estar todos arrebentados no trabalho na segunda-feira de manhã.

A verdade é que o Caldas resistiu e levou a eliminatória para a decisão nas grandes penalidades.

Nas bancadas gritava-se: "Aqui na Mata ninguém passa".

O que já corresponde bem à verdade, porque com as obras realizadas na semana anterior ao jogo a zona ficou mais transitável. Nessa mesma bancada, aquando do término do prolongamento, ouviram-se alguns orgasmos, houve ali malta que quase de certeza sujou a cueca. Na bancada do Benfica, alguns também sujaram a cueca, mas de medo de cair na Taça  de Portugal frente a uma equipa da Liga 3.

Nas grandes penalidades o Benfica levou a melhor e deixou as Caldas da Rainha com a eliminatória no bolso e um par de cuecas sujas na mala.

O Caldas está de parabéns, foi um excelente anfitrião, fez a festa render, teve direito a um after-hours e no fim deixou o visitante seguir a sua vida.

A magia da Taça de Portugal nem sempre está no "David" tombar o "Golias" mas sim na capacidade do "David" não ter medo de enfrentar o "Golias" olhos nos olhos.

Roger Schmidt esteve a 11 metros de levar para casa uma das mais caricatas peças de artesanato do nosso país. Vocês sabem do que falo: do C@&€#&0 das Caldas.

A Taça de Portugal continua no dia de hoje e que se "faça Taça" ...

Viva o Futebol no seu estado mais puro.

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