A tradição já não é o que
era, nem para os mind games. Muita coisa tem-se alterado e hoje em dia, o que
chegou a ser idolatrado é visto com alguma desconfiança. Em Portugal, os mind
games foram popularizados com José Mourinho, certamente o seu expoente máximo.
José Mourinho ainda
continua a utilizar bastantes vezes estes jogos de colocar todos a falar do que
ele próprio afirma. E acusa e sugere. Em Espanha não se deu bem, mas nunca
esquecendo que o Real Madrid é bem mais do que um clube e como empresa que é,
tem um contexto em que esses jogos mentais nunca foram bem recebidos.
A última sugestão do
treinador português foi que o Chelsea joga sempre primeiro que os seus
adversários diretos e que isso traz algumas desvantagens para a sua equipa. Em
Portugal vai acontecer o mesmo. Com a permanência – para já – de Benfica e
Porto nas competições europeias, o Sporting vai provavelmente jogar sempre no
mesmo horário e o Benfica e Porto andarão a jogar ou às 6ª feiras ou às 2ª
feiras (como hoje). Será que isto decidirá quem irá ganhar? Será que o Chelsea
atualmente vai na frente em Inglaterra por causa disto?
Os mind games têm como
grande vantagem a capacidade de forma emocional ‘gerir’ as emoções e conversas
dos outros. Em Portugal não há propriamente um perito nessa área. O FC Porto –
com a grande chancela de Mourinho – tem aproveitado essa escola. Mas Vítor
Pereira primeiro, com as suas enormes dificuldades comunicacionais, e agora com
Paulo Fonseca têm tido muita dificuldade em gerir a contra-informação e
condicionar o discurso dos outros.
Jorge Jesus nunca foi um
perito nestas áreas. Há que reconhecer que o técnico benfiquista pode ter
imensas virtudes como treinador, mas para gestor destes jogos mentais,
falta-lhe um sentido de inteligência emocional que não lhe reconheço (ainda).
Leonardo Jardim é aquilo
que considero ser um treinador clean.
Mais frontal, assertivo, calmo e que prefere abordar os assuntos pela via do
conteúdo e não de forma implícita.
A Liga Portuguesa teve
este fim-de-semana dois episódios interessantes no que diz respeito aos
grandes: o Sporting precisava mesmo de vencer para não se deixar ir pela
classificação abaixo. E no Dragão aconteceram tantas coisas inéditas ou
singulares que se torna difícil enumerar todas.
Na ‘outra’ Liga, destaque
para o excelente Estoril, quem sem titulares semana após semana, vai vencendo e
está a 6 pontos do Porto. Em Braga, mais uma promessa de casamento até ao final
da época que se findou.
Comentários