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O comentador Pedro Gomes analisa o prémio de melhor árbitro de 2012 entregue a Pedro Proença pela IFFHS.
Pedro Proença foi considerado o melhor árbitro de 2012 pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Todos os que gostamos de futebol deveríamos estar felizes e enaltecer o excelente desempenho de Pedro Proença na época de 2012 na qual o árbitro português esteve em grande destaque. Espero que no próximo jogo que Pedro Proença vá arbitrar que lhe seja prestado pelo público o reconhecimento deste prémio. E que o demonstrem com a merecida ovação!
Dado o mérito como apitou vários jogos na Liga dos Campeões foi escolhido para arbitrar a final desta importante competição. No Europeu do mesmo ano evidenciou-se nos jogos que ajuizou. Superou a concorrência e como prémio da sua competência foi eleito para apitar a final.
Pedro Proença foi altruísta ao ser solidário com a classe e afirmou «que este prémio é coletivo e extensivo à arbitragem portuguesa», e mais adiante disse não saber se «o futebol português merece este tipo de reconhecimento».
Claro que o futebol português merece este prémio. Aliás, foi neste teatro difícil que são os palcos do futebol nacional que Pedro Proença se projetou para a ribalta internacional. O futebol, quer no relvado quer nas bancadas, é digno de se contemplar, dada a beleza coletiva e a criatividade individual que se misturam com a promiscuidade dos adeptos. E o árbitro é o elemento indispensável como zelador das leis neste extravagante espetáculo.
Pedro Proença é um homem culto e inteligente e conhece perfeitamente a cultura futebolística da nossa urbe e dos dirigentes dos clubes. Hoje, os jogos de futebol, sobretudo os clássicos, por vezes tornam-se em “circos romanos” e a grande vítima é a equipa de arbitragem.
Quase todo o espetador, seja qual for a sua classe social, durante o jogo reage irracionalmente e tem momentos em que regressa à sua condição de elemento “tribal”, para libertar os seus instintos agressivos de conquista e extermínio simbólico dos problemas sociais, dos adversários e obviamente dos árbitros.
O árbitro é um elemento neutro que ajuíza as jogadas com critério imparcial, pode enganar-se, ser iludido pelos jogadores, mas em consciência age e decide em conformidade com o que viu. É esta filosofia da arbitragem nacional, a qual projeta e espalha a classe pelos estádios de todo o mundo.
Críticas? Claro, ninguém está imune de vir a ser criticado, mas neste caso a crítica terá de ser construtiva. Porque os espetadores raramente têm a certeza se a decisão do árbitro foi correta e para a confirmarem observam as várias passagens na televisão. Enquanto o árbitro tem de reagir em frações de segundo.
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