Se escolhessem a dedo um jogo para o FC Porto recuperar o moral dos dois maus resultados e das duas más exibições, não tinham encontrado melhor. De facto ontem em Guimarães os campeões passearam e realizaram uma excelente primeira parte. Por mérito próprio e pela inoperância do Vitória, dado que além dos golos marcados, criaram oportunidades para marcarem pelo menos o dobro.

O FC Porto neste período impôs-se com facilidade. Talvez por Fernando ter maior liberdade de ação para interpretar o binómio defesa-ataque (há muito tempo que o dizemos). Ontem marcou, e surgiu com mais assiduidade nas imediações da grande área contrária.

Outro motivo da boa prestação dos azuis e brancos é o cerebral Lucho. Este homem é o pensador do futebol do Dragão. Agora numa missão mais atacante e sem preocupações defensivas, atua na periferia de Jackson sendo, além de distribuidor, também um finalizador.

Talvez por esta posição mais adiantada do argentino, Jackson tenha saído do nostálgico jejum de quatro jogos e voltasse aos golos. Aliás, marcar é o que ele melhor sabe fazer. Mas precisa de municiadores. Ontem Jackson recebeu mais jogo, esteve muito mais activo, marcou um golo, esteve perto de o repetir.

O Vitória de Guimarães rematou mais na segunda parte, mas foram tiros de pólvora seca, que nem um incomodaram Fabiano. Os vimaranenses têm tido prestações de razoável nível, mas ontem estiveram num patamar inferior ao habitual.

Estranho, porque estes jogos com os grandes são motivadores para as equipas médias. Pois nada têm a perder, só a ganhar. Os jogadores quando as defrontam auto incentivam-se. Claro que os treinadores fazem o seu trabalho psicológico, para estimular a capacidade volitiva dos seus pupilos.

O que também não se percebe é que uma equipa ambiciosa como o campeão nacional precise de gerir a segunda parte, e que o seu treinador tenha dito «estivemos bem a defender». Mas defender para quê, e de quem? Se na etapa inicial o Vitória nem sequer fez cócegas as dragões. Para descansar? O próximo jogo é só no dia 22 ou 23.