Em artigos anteriores refletimos acerca da mudança de paradigma nas oportunidades dadas aos jovens jogadores na primeira equipa do SL Benfica. Na verdade, a percentagem de jogadores utilizados e o tempo de jogo proporcionado a jovens jogadores tem assumido, esta época, números muito acima do habitual. Depois das revelações de Nelson Semedo e Gonçalo Guedes, eis que chegou a vez de Renato Sanches. E esta 6ª feira Renato Sanches esclareceu as dúvidas dos mais céticos, ao culminar 3 jogos consecutivos com um excelente golo marcado à Académica de Coimbra.

Mas estará o Caixa Futebol Campus preparado para fornecer continuamente novos valores futebolísticos à primeira equipa do Benfica? Haverá efetivamente matéria-prima em quantidade e qualidade suficiente para assegurar o futuro?

Hoje questionamos qual a sustentabilidade deste novo paradigma no SL Benfica.

Na tentativa de encontrar resposta a estas questões, analisámos as convocatórias da presente temporada das diferentes Seleções Nacionais jovens, desde julho de 2015 até agora. O quadro abaixo apresenta o número de convocados para cada Seleção Nacional, para jogadores provenientes do SL Benfica, FC Porto e Sporting CP.

ESCALÕES / SLB FCP SCP
Sub-21 6 12 8

Sub-20 - - -

Sub-19 25 12 9

Sub-18 2 6 5

Sub-17 18 18 13

Sub-16 22 6 18

Sub-15 - - -

TOTAL 73 54 53

Os totais demonstram que o SL Benfica continua esta época a ser o clube que mais jogadores fornece às diferentes Seleções Nacionais. À partida, a quantidade e qualidade dos jovens jogadores, ao longo das diferentes gerações, parece assegurada.

Mas será apenas uma questão de quantidade e qualidade dos jogadores da formação?

Atento às necessidades de competitividade que os jovens jogadores têm para o seu contínuo desenvolvimento, o SL Benfica implementou, desde a época passada, um processo de subida dos seus jogadores mais talentosos para os escalões superiores. Esta estratégia assegura um contínuo estímulo ao desenvolvimento, evitando acomodações dos jogadores por falta de estímulo ou competitividade. Esta estratégia faz diminuir as probabilidades de vitória dos escalões mais jovens nos respetivos campeonatos nacionais, como se pode observar na época passada. Contudo, a meta parece ser muito clara. O foco parece estar no desenvolvimento individual dos jogadores e não nas conquistas das equipas mais jovens.

Por outro lado, uma etapa extremamente sensível para o sucesso deste novo paradigma é a fase de transição para o Futebol profissional.

Como está o SL Benfica a cuidar desta transição e integração na primeira equipa?

Vejamos o mais recente exemplo desta época, Renato Sanches. Apesar de só agora ter aparecido de forma sólida na primeira equipa, o jogador apresenta esta época um total de 22 jogos, com 1671 minutos de jogo, em 6 competições diferentes: Liga dos Campeões (1), Youth League (2), U21 Premier League Cup (2), IIª Liga (10), Liga NOS (4) e Seleção Nacional Sub-19 (3). Quer isto dizer que os responsáveis técnicos do SL Benfica, procuram assegurar elevados volumes de jogo na fase de transição dos seus jogadores mais talentosos, aproveitando as diferentes equipas e competições onde eles possam participar. Desta forma, os jovens jogadores não param à espera da oportunidade na primeira equipa. Ao invés, eles preparam-se continuamente até atingirem o patamar de rendimento necessário para que a oportunidade surja.