Esperava-se que o jogo entre o primeiro e o último fosse de total domínio do líder do campeonato. Também se aguardava uma boa exibição do Benfica. Se na questão do domínio não temos nada a dizer, os números de posse de bola 64% contra 36% explica que os encarnados tiveram mais bola. Quanto à exibição? Foi um dos piores jogos do Benfica. O jogo coletivo só a apareceu a espaços. A ligação de uma equipa faz-se pela técnica de passe. Pela inteligência. Pela iniciativa nas movimentações céleres dos possíveis recetores da bola.

Mas estas situações fundamentais para se praticar bom futebol estiveram ausentes. Os jogadores de Jesus erraram demasiados passes: na primeira parte falharam à volta de trinta, o que não é habitual nos elementos do Benfica, que primam por uma técnica apurada. Isto sucedeu por várias razões. O golo madrugador do Beira-Mar - com a colaboração de Artur, de Lima, que nem se fez à bola, e Jardel mal posicionado. O descontrolo e a ansiedade aliada ao cansaço despendido no jogo com o Barcelona, pesou no rendimento e na falta de clarividência na maioria dos jogadores.

Também a forma como atuou o Beira- Mar muito fechado dificultou a evolução atacante, e por isso exigia-se mais velocidade ao futebol encarnado. A rapidez não surgiu. Os jogadores estiveram muito longe do que costumam realizar. Só dois na primeira metade atuaram ao seu nível. A atitude, o carater, a vontade e o querer de Maxi. E o pendular Matic foi o jogador que mais passes, certos fez: 14. Apesar do domínio atabalhoado nesse período o Benfica, criou duas boas oportunidades para marcar: a bola ao poste. E o penalty desperdiçado.

Nos 45 minutos finais alguns jogadores elevaram a produção. Malgarejo mais afoito esteve no centro para o empate. Gaitán mais acertado nas arrancadas individuais. Lima e sobretudo Rodrigo, transfiguraram-se para melhor. E de repente o líder deu a volta ao resultado. Maxi depois de um mau alívio de um adversário recebeu a bola de um colega e fez um belo golo. Rodrigo pressionou e desarmou um contrário fez uma excelente tabela com Lima e este ofereceu-lhe o golo da vitória.

O Benfica neste 4x4x2 fica menos acutilante ao atacar muito mais pelas alas, do que pelo corredor central. Porque estes pontas de lança, ao contrário de Cardozo, não são especialistas no jogo aéreo. O recuo de Matic para a defesa desguarnece a zona central do meio campo, onde o esforçado, Enzo Pérez fica sozinho - ontem foi pouco criativo. Os dois avançados, Lima e Rodrigo, necessitam de mais passes, de mais jogo. No segundo golo e noutra jogada idêntica, combinaram muito bem. Mas necessitam trabalhar mais os vários envolvimentos entre si.

O Benfica após os golos teve um período de cinco minutos muito bom, nos quais circulou muito bem a bola. Porém com a saída de Rodrigo que estava em alta, e mais tarde com a ausência de Gaitán, a equipa voltou a desunir-se e acabou o jogo em grande sofrimento. Dizem que no futebol o que conta são os três pontos? O Benfica continua à frente do campeonato. Mas não pode repetir esta pobre exibição. Equipa que lidera tem de jogar mais e melhor!

Seja o melhor treinador de bancada!

Subscreva a newsletter do SAPO Desporto.

Vão vir "charters" de notificações.

Ative as notificações do SAPO Desporto.

Não fique fora de jogo!

Siga o SAPO Desporto nas redes sociais. Use a #SAPOdesporto nas suas publicações.