No dérbi de sábado assistiu-se a duas equipas incrivelmente distantes ao nível das dinâmicas de grupo. E elas não chegam aqui por acaso. De um lado existe uma coesão que não aparece apenas por resultados, é fomentada como a única forma de chegar ao objetivo principal do clube leonino que é crescer de forma sustentada. Há uma entreajuda constante, que não torna os jogadores melhores tecnicamente, mas torna-os em melhores jogadores de equipa. Logo toda a equipa beneficia dessa ação.
Poderão vir a perder vários jogos, até porque não é a única equipa que faz da coesão e entreajuda uma das suas armas principais. E dada a falta de matéria-prima, é natural que este início fulgurante possa a vir ter derrotas, mas é uma base correta para as equipas que vencem mais vezes que as outras! E que não existam dúvidas que é um sinal de liderança conseguir um compromisso coletivo a este nível.
Do lado benfiquista, há uma descoordenação entre as várias áreas. Não só do ponto de vista tático, mas se excetuarmos dois ou três jogadores do meio campo, é possível observar nas várias repetições dos momentos do jogo que os atletas não acompanham os colegas na entreajuda, demoram imenso tempo a socorrer os outros, com vários problemas de comunicação durante o jogo. Diria que possivelmente existiria pouca preocupação para conhecer o colega.
Na comunicação, parece que apenas os centrais têm permissão para falar. Resta saber se os outros os ouvem! Como dizia um treinador, a vitória é o melhor psicólogo para as equipas. Em parte, há muita verdade nesta afirmação. O problema é que a vitória pode esconder processos de grupo poucos estáveis. Tal como aconteceu no final da época passada para o Benfica. A pausa da seleção irá beneficiar todos os clubes a estabilizarem após o fecho da época de transferências, mas nos lados da Luz há muita coisa para se fazer. Alinhamento e inclusão dos jogadores novos. Rapidamente!
No dia anterior, em Praga, as equipas do Chelsea e Bayern Munique ofereceram-nos um dos melhores jogos dos últimos tempos. Duas equipas proactivas, dois treinadores que não precisam de mais títulos para ficar na história, porque juntamente com mais alguns treinadores, assumem nas dinâmicas que conseguem incutir aos seus atletas uma dedicação, compromisso, objetividade do que pretendem, que terá de fazer escola.
Olhando para os muitos minutos que se jogaram, existem tantos sinais que comprovam um trabalho forte no que se potencia naqueles grupos. A forma apaixonada como os atletas falam entre si, com os treinadores, a coesão, a comunicação constante na procura do que é melhor para o grupo. Comunicação que para quem está de fora pode parecer agressiva, mas que tem apenas um objetivo: o melhor para a equipa.
Bom sinal para uma época que agora inicia e que nos trará imensos casos de estudo pela positiva certamente.
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