As duas excelentes exibições proporcionadas pelo Sporting de Braga frente à Udinese, levaram-me a afirmar de forma perentória que neste princípio de época o Braga era a equipa portuguesa que melhor futebol praticava. A cotação no futebol tem altos e baixos e oscila consoante a produtividade. Depois da fraca demonstração em Paços de Ferreira, o Braga caiu na minha bolsa de valores.

As razões apontadas pela inesperada prestação dos minhotos deve-se, segundo José Peseiro, a um dia mau. E foi verdade, mas porque é que foi um dia menos feliz? Mais à frente explicamos. Agora refletimos nas palavras de Custódio e Mossoró, ambos falaram em cansaço. Terão razão? Até porque a Udinese também perdeu em Udine por 1-4 frente à Juventus…

Contudo discordo, pois o Braga teve mais que tempo para recuperar. Estamos ainda no adro da época. Pergunta-se então como será quando tiverem de jogar três jogos por semana? Viu-se que o futebol do Braga em Paços de Ferreira foi amorfo, indolente, insuficiente. Os jogadores não conseguiram fazer a habitual circulação de bola, nem imprimiram velocidade de pensamento, nem de locomoção. Mas isso, nada tem a ver com cansaço físico. Tem a ver com estratégia.

O Braga não conseguiu pôr em prática o seu futebol. Não teve nem criou espaço de penetração. Não foi incisivo pelos corredores laterais, porque o Paços de Ferreira muito bem organizado defensivamente, preocupou-se em bloquear os avanços dos laterais bracarenses. Fizeram uma guarda de honra a Alan. E sacaram proveito da desorganização defensiva bracarense. Marcaram 2 golos e poderiam até ter marcado mais.

O Braga foi impotente frente a uma equipa fechada. Custódio jogou mais como terceiro central, de forma a permitir o avanço dos laterais, o seu ritmo demolidor fez imensa falta no meio campo. Hugo Viana e Ruben Micael, no meio de 5 castores, eram escassos, quer para travar os contra ataques, quer para receber e distribuir jogo. Faltou dinâmica, ritmo, objetividade, e futebol veloz.

Por falar em ausências, faltou Lima, o solícito recetor do jogo atacante dos “arcebispos”. Os seus raides curtos fazem falta para escoar o futebol vindo de trás. Éder é um jogador menos móvel, é forte no jogo aéreo. Segura bem a bola e será um municiador para H. Viana e Custódio aplicarem os seus potentes remates fora da área. Sem Lima? Como será o Braga no futuro? Já elogiamos o Presidente pela sua excelente gestão, mas este negócio não foi o mais acertado?