A Taça de Honra, após larga ausência, regressou e marcou presença na pré-época. Foi uma boa decisão, com a qual os dois grandes clubes, por opção, não corresponderam. Contudo, estes jogos, dentro do condicionalismo do início de época, serviram para os treinadores tirarem as suas ilações.
Há que levar em conta as cargas de treino, a realização de dois jogos em dois dias, a falta de integração e assimilação dos jogadores às ideias dos técnicos, e o exagerado, mas compreensível número de substituições.
Estes jogos têm pouca importância quanto ao futuro das equipas. Porém, apesar das circunstâncias, existiram motivos a realçar, negativa e positivamente. O Belenenses e Benfica ficaram nesta prova muito aquém do esperado. Os de Belém mostraram muito pouco futebol, não marcando qualquer golo nos dois jogos realizados. Van der Gaag, disse «estes jogos serviram para a equipa acordar e perceber como vai ser a próxima temporada». Bem precisa.
O Benfica foi a desilusão desta prova. Perante a juventude do Sporting, apresentou uma equipa com jogadores mais que habituados a serem titulares, os quais acabaram por sucumbir face à dinâmica, à entrega, ao entusiasmo, à vontade de vencer e ao melhor futebol praticado pelos leões.
Para além da falta de ritmo e do futebol que se esperava e exigia-se aos nomes que estavam em campo, também esteve ausente a atitude. Frente ao Belenenses o jogo foi outra vez encarado como um treino como disse Hélder. Mas o treino voltou a não correr bem, mesmo para uma equipa B.
O Estoril está bem, as saídas de alguns elementos preponderantes na época passada não se notou. No jogo inaugural cilindrou o Belenenses e ontem, frente ao Sporting, perdeu nas grandes penalidades. Mas antes da reviravolta leonina, criaram várias oportunidades para assegurar a vitória da Taça de Honra. Marco Silva ficou satisfeito com o trabalho executado nesta pré-época. Estas duas excelentes exibições transmitem confiança para a eliminatória da Taça da Liga Europa que se avizinha.
A coincidência da simultaneidade de os leões terem de se deslocar ao Canadá e de disputarem a Taça de Honra evidenciou o que era desconhecido do grande público e até da maioria dos sportinguistas. A enorme quantidade qualitativa oriunda da Academia, a qual aguardava ansiosamente a oportunidade de mostrar serviço. Para além dos jovens que se deslocaram ao Canadá, os restantes que ficaram em Lisboa dignificaram o clube ao vencerem meritoriamente mais uma Taça de Honra.
Anteriormente até pessoas responsáveis falavam em imaturidade. Agora depois destes jogos, surgem os arautos a realçar a juventude leonina. Mas só agora é que acordaram? Era assim tão difícil antever que o futuro do Sporting estava no aproveitamento dos jogadores da Academia? Aliás, como se sabe, o talento não tem idade.
A formação dos jogadores tem ciclos e a destes jovens está em transição e na fronteira, pronta para jogar ao mais alto nível. O embaraço está numa escolha selecionada entre tanta qualidade, na capacidade do aproveitamento das características individuais, de um trabalho psicológico, fundamental nestas idades, como também técnico, para assimilação dos planeamentos táticos. Têm a palavra os responsáveis pelo futebol leonino.
Comentários