Jeremiah St. Juste está novamente lesionado e deve desfalcar o Sporting durante, aproximadamente, um mês. Desde que chegou a Alvalade, no verão de 2022, o central já perdeu um total de 43 jogos oficiais na sequência de problemas físicos. É um número impressionante e que se aproxima do total de encontros que uma equipa realiza em toda uma temporada. Ou seja, o neerlandês esteve afastado dos relvados, devido a lesões, o equivalente a quase uma época, sendo que está no clube há apenas dois anos. É muita coisa. E é também um dos motivos pelos quais acredito que o Sporting deve estar atento ao mercado em busca de uma boa oportunidade de negócio para contratar um novo jogador para o centro da defesa.
A qualidade e as capacidades futebolísticas de St. Juste, convém mencionar, não estão em causa. Na plenitude das mesmas, estaríamos, muito provavelmente, perante um titular indiscutível do Sporting. Mas a verdade é que esse cenário muito raramente é uma realidade e, portanto, o clube não pode contar com ele para formar um plantel de uma equipa que vai estar em tantas frentes ao longo da temporada.
É verdade que, neste defeso, o Sporting já investiu 15,5 milhões de euros em Zeno Debast, também ele um central, numa das contratações mais caras da história dos leões. Há, no entanto, que ter outros fatores em linha de conta: além de Luís Neto e Rafael Pontelo, que, desportivamente falando, pouco acrescentaram na última temporada, Sebastián Coates saiu de Alvalade, deixando o plantel e, mais concretamente, o eixo defensivo, órfãos do seu principal líder.
Como se não bastasse, dois dos jogadores do Sporting que somam mais interessados no mercado são, justamente, os centrais Gonçalo Inácio e Ousmane Diomande, que podem sair a qualquer momento até a presente janela de transferências encerrar nas principais ligas europeias. Mesmo que isso não aconteça, do atual plantel do Sporting constam seis centrais, um número que aparenta ser bastante razoável para uma equipa que, sob a alçada de Rúben Amorim, joga sistematicamente com três a titular. Vale destacar, porém, que, desses seis, um deles é, precisamente, St. Juste, cuja condição física me impede de vê-lo como uma opção fiável para o decorrer de uma temporada; e outro é João Muniz, que tem apenas 19 anos e jogou na equipa B em 2023/24, sendo, por isso, e nesta altura, difícil de saber o que esperar dele num contexto competitivo tão díspar. Não coloco Matheus Reis nestas contas pois tem sido opção, maioritariamente, como lateral. E se o brasileiro tiver de ser utilizado como central, então o Sporting ganha um novo problema, uma vez que passa a necessitar de um outro jogador para a ala esquerda.
Se eu acredito que o Sporting vai ao mercado por um novo central? Não. Mas creio que, se a estrutura e a equipa técnica não se focarem apenas no lado humano e conseguirem ter uma visão mais racional do assunto, e havendo disponibilidade financeira para isso, obviamente, deveria fazê-lo. Amorim tem de ser elogiado pela forma como defende os seus jogadores e não os deixa cair mesmo em situações adversas. Se formos práticos, contudo, St. Juste não pode ser encarado como um jogador válido para a constituição do plantel. O Sporting, como um clube profissional e com metas para atingir em 2024/25, deveria procurar alternativas, para se salvaguardar. Já nem falo em tentar recuperar parte dos 10 milhões de euros que investiu para contratá-lo ao Mainz, pelo menos neste verão, pois nenhuma outra equipa pretenderá avançar para uma transferência numa altura em que St. Juste está, uma vez mais, lesionado.
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