Contrariamente a Cavani, Florentino encontra-se dentro do plantel do Benfica, porém parece cada vez mais perder espaço e, principalmente em situações de desvantagem no marcador (como no jogo frente ao Inter), Roger Schmidt prefere a colocação de Chiquinho em detrimento de Florentino.

Kokçu e João Neves parecem ser os donos do meio-campo, todavia, parece que a componente estratégica de Schmidt tem deixado a equipa aquém, principalmente em jogos de grande magnitude.

Se na temporada passada observámos o Benfica aplicar uma pressão alta sobre o adversário independentemente de quem fosse, esta época os encarnados adaptam a sua pressão, não conseguem igualar o número de homens na pressão no pontapé de baliza e são facilmente batidos.

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O primeiro problema passa por Di Maria, um corpo presente, porém ausente do processo defensivo, incapaz de ganhar um duelo, de pressionar de forma agressiva e, quando ultrapassado em um contra um, não transita defensivamente.

A melhor fase da temporada das águias acontece exatamente no início da mesma, quando o Benfica aplicava uma marcação homem-a-homem na primeira fase de pressão, com Florentino a funcionar como primeiro médio de pressão, ganhando inúmeras vezes a posse de bola.

Kokçu, também em consequência do muito tempo de jogo, tem sido incapaz de transitar defensivamente nas melhores condições. Não se pode dizer o mesmo de João Neves que é um autêntico poço de energia no meio-campo benfiquista. No entanto, o trabalho do jovem português não vem sendo acompanhado por Kokçu.

Há um Benfica partido quando tenta pressionar alto - aconteceu em Milão e aconteceu na Luz frente ao FC Porto - uma vez que essa mesma pressão é ultrapassada com muita facilidade. Os encarnados são obrigados a orientar a construção adversária para o lado esquerdo das águias, para suplementar as fragilidades de Di Maria, mas quando a bola muda de corredor, todos os problemas aparecem.

Falta um ala pressionador, mas falta sobretudo Florentino no meio-campo das águias.

Se o Benfica teve tanto sucesso na época passada, muito se deveu ao 'polvo' português. Em jogos de maior magnitude, é importante ganhar duelos - Inter foi melhor e mesmo FC Porto com 10 jogadores em campo conseguiu se superiorizar muitas vezes. O jogo de Roger Schmidt chama por Florentino. Quando irá chamá-lo Roger Schmidt?

PS: Rafael Pacheco, treinador de futebol, tem nas bancas o livro 'Rogerball - O Benfica de Schmidt', onde analisa a época do Benfica em 2022/23, que levou os encarnados ao título de campeão nacional e aos quartos de final da Liga dos Campeões.