No futebol moderno, a posição clássica do “número 10” perdeu a sua forma… Aliás, grandes equipas europeias, tiveram e têm a necessidade de colocar este jogador criativo, em espaços mais recuados, que, através da sua distinta interpretação tática, consegue descodificar com mais facilidade espaços e tempos de jogo. Portanto, de que forma podemos utilizar esta zona para que consigamos ter êxito?
Digamos que, nesta zona 14, não deverá estar presente um jogador fixo como outrora “10 puro”, mas sim a colocação diferenciada e alternada de jogadores de caráter mais ofensivo (médios e avançados), criando uma ilusão ótica de “falso 10”. Por vários motivos: ter um jogador fixo, implica uma marcação e ocupação de uma zona crucial, por si só já muito preenchida; de outra forma, apresentar esta variabilidade de movimentos intercalados, cria indefinição de marcações, pois não existem pontos de referimento fixos. Como contrariar estes movimentos em fase defensiva? Penso que a colocação de um jogador entre linhas seja fundamental, através de um sistema de 4:1:4:1. Como foi visível no jogo de ontem entre o Inter de Milão e o Nápoles. Duas equipas que estão em perfeita sintonia do que referimos anteriormente: em fase ofensiva, o Inter de Milão, no que diz respeito à colocação de jogadores nesta zona 14. Por sua vez, em fase defensiva, o Nápoles pela forma em como ocupa este espaço entre linhas, através da colocação de um jogador específico nesta zona de competência.
Portanto, considero que, em fase ofensiva, ocorrem na atualidade adaptações posicionais de jogadores que, apenas tinham a sua função e a sua posição inicial. Desta forma, digamos que, estamos no caminho da criação de jogadores mais completos, que saibam com a mesma qualidade, interpretar posições e funções diferentes. Casos de Bernardo Silva, Marco Reus, etc.
O tempo de utilização desta área é também crucial, o tempo ideal seria de meros segundos para que, estas combinações táticas “curtas”, que se criam nessa zona específica, sejam realizadas com eficácia.
Como podemos ver no quinto golo, no jogo do FCP contra o Moreirense.
Portanto, considero que, o “número 10” não desapareceu, está bem escondido na rede tática do jogo, só não se encontra apenas na sua posição base. Não se trata de um declínio da qualidade de jogo, mas sim de uma necessidade tática.
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