O equilíbrio em qualquer modalidade coletiva acontece quando existe uma correta relação de oposição entre os jogadores das duas equipas em confronto. Para uma equipa se superar à outra, é fundamental que existam várias estratégias planificadas, e expor em campo o que foi estruturado, treinado e ensaiado. Para que tal suceda, é indispensável que a relação, e a cooperação entre elementos da mesma equipa se realizem.

Ontem faltou à equipa leonina planos e organização para desmoronar a defensiva do seu adversário. O Rio-Ave até ao momento em que marcou o golo, mostrou ser uma equipa vulgar. Claro, trazia na bagagem a intenção e a intuição que num lance de bola parada, ou num contra ataque poderia marcar (tal como aconteceu) umgolo. A partir daí os de Vila do Conde transfiguraram-se, e poderiam ainda aumentar o score se tivessem aproveitado os erros defensivos dos leões.

Uma equipa de futebol para ter sucesso deve possuir uma identidade, uma cultura de jogo e uma panóplia de movimentações coletivas para evidenciar a coesão, a organização e a segurança defensiva. E também para aplicar o jogo ofensivo, o qual, quando planificado treinado e memorizado, cria uma mecanização de enorme variabilidade de ações individuais e de entendimentos coletivos. Esta filosofia de futebol encanta os espetadores, baralha e confunde os opositores.

Ao Sporting ontem faltaram muitos fundamentos de jogo. Não é admissível que o Rio-Ave, para além da jogada em que marcou o golo, surgisse por mais quatrovezes em superioridade numérica na zona defensiva. Os princípios de jogo defensivos são os mais fáceis de explicar, e assimilar. É por isso que trêsquartos das equipas do campeonato joguem defensivamente.

A evolução atacante leonina nestes três recentes encontros é uma constante, mas é feita de uma forma precipitada, sem consequências de finalização. É triste observar o exagerado desperdício de tantos ataques. Para uma equipa que utiliza os corredores laterais, os protagonistas do centro devem aperfeiçoar a técnica de passe, pois só um quarto dos cruzamentos chega ao destino. A ausência derecetores na área, também não favorece o aproveitamento.

Sá Pinto tem de exigir mais, muito mais, a alguns jogadores. Alguns precisam de ler a cartilha que o treinador escreve nos treinos. Falta dinâmica, e velocidade, na solicitação do passe o possuidor da bola, por vezes, tem dificuldade no endosso, porque não encontra colegas soltos de marcação, estes em vez de semovimentarem ficam parados.

O futebol do Sporting tem de melhorar imenso, para ganhar títulos é preciso apresentar requisitos de qualidade. Não basta querer ganhar, ou jogar para ganhar, e depois perder. Não se pode dizer que o Sporting está forte, quando toda a gente vê que está fraco. É urgente dar a volta ao texto. E começar a mostrar capacidade, domínio eficaz, supremacia evidente sobre os opositores. Perdeu-se a oportunidade de começar bem, pois os recentes adversários eram tão fraquinhos!